Nesta semana fomos testemunha de mais uma das muitas provas do mais absoluto capachismo das nossas forças armadas: foram conduzidos exercícios conjuntos com militares norte-americanos na Amazônia. Para qualquer indivíduo com mais do que dois neurônios e que não viva debaixo da terra, é evidente que um dos grandes problemas da soberania brasileira é justamente a região amazônica.
E também é evidente àquele que não tenha sido lobotomizado pela propaganda mais rasteira, que aquele que cobiçam os nossos recursos amazônicos é precisamente o imperialismo, principalmente o norte-americano. Qual seria o suposto motivo?
A terceira (!) edição da operação Combined Operation and Rotation Exercise (Core), em tradução livre “Exercício Combinado de Operação e Rotação”, está ocorrendo essa semana. O acordo militar foi assinado em 2010, durante o governo Lula, com o objetivo de “adestrar a interoperabilidade do emprego de tropas de nações amigas, principalmente no que se refere à doutrina em emprego de tropas aeromóveis”, segundo a revista “Força Aérea”.
A primeira edição aconteceu em dezembro de 2021 nas cidades de Lorena, Cachoeira Paulista (SP) e Resende (RJ). A segunda edição aconteceu em agosto do ano passado em Louisiana nos Estados Unidos.
Contando com um painel de gênero intitulado ‘A Mulher nas Forças Armas’, o destaque da Core 23 são operações em “ambiente de selva”. Como informou o perfil “Revista Sociedade Militar” no X:
“Belém (PA) – Cerca de 150 militares norte-americanos tiveram o primeiro contato [grifo nosso] com as peculiaridades dos rios da Amazônia durante a instrução de técnicas fluviais, ministrada por militares brasileiros, do 2º Batalhão de Infantaria de Selva.
Eles entraram nas águas turvas para aprender a técnica conhecida como ‘espinha de peixe’ que consiste em uma organização dentro da água, utilizando cordas como guia. Além disso, eles estavam carregando mochila e armamento, o que deixa a atividade ainda mais difícil.”
A Embaixada dos Estados Unidos se mostrou um tanto contente com o resultado “é um privilégio estar aqui e aprender com eles!”
O perfil mencionado mais cedo, traz outras considerações um tanto informações interessantes:
“O Exercício Southern Vanguard 24 (ExSV24) é um exercício planejado e dirigido pelo Exército Sul dos EUA. A experiência ajuda a garantir que o Exército dos EUA seja capaz de responder rapidamente em apoio aos parceiros regionais e proporciona um excelente local para treinar e preparar pessoal para diversas situações. Southern Vanguard é um exercício anual nos níveis operacional e tático para aumentar a interoperabilidade entre as forças dos EUA e do Hemisfério Ocidental. No ano passado, o exercício foi realizado com a Colômbia…”
Lembramos que tudo isso acontece num momento em que os norte-americanos buscam forçar o Brasil a se distanciar da Rússia e da China e num momento em que o governo nacionalista venezuelano aponta, como lhe é direito, anexar parte da Guiana, um dos vários exemplos de países artificiais criados pelo imperialismo. Sabemos que os militares durante a Ditadura foram um dos pilares da política imperialista no continente, parece que estes nunca abandonaram tais “ambições”.