A atriz de novela global Viviane Pasmanter publicou em sua conta no Instagram um vídeo produzido pelo perfil de uma pessoa chamada Mariana Muller, que aparece ligada a organizações israelenses, como uma fundação chamada Taglit Birthright Israel (que cinicamente pede doações para as “vítimas” israelenses) e que foi reproduzido também pelo portal sionista de notícias Pletz.
O vídeo denuncia o último ato em defesa da Palestina como sendo um ato em defesa do terrorismo. Para isso, a apresentadora mostra imagens de pessoas vestidas com camisetas do Hamas e empunhando bandeiras do Hamas, além de mostrar a bateria Zumbi dos Palmares (ligada ao Grupo de Arte do PCO, o GARI) cantando músicas em defesa do grupo de resistência palestina.
Segundo a moça que aparece no vídeo, isso seria uma absurda apologia ao terrorismo. Ela reproduz as mentiras que foram ditas pela imprensa pró-imperialista e sionista sobre os supostos crimes do Hamas no dia 7 de outubro, crimes até agora não foram comprovados pelo “poderoso” serviço de inteligência israelense.
O mais interessante do vídeo, no entanto, é a tentativa de usar o apoio ao Hamas que o PCO levantou no ato para tentar convencer o resto da esquerda de que não se pode defender o grupo palestino. Ao final do vídeo, ela chega a aconselhar os que defendem a Palestina a não se misturar com quem defende o Hamas, ou seja, o PCO.
“Se distancie desse tipo de pessoa, diga ‘Eu sou a favor de um Estado palestino, e não do Hamas. Eu sou a favor da paz e da coexistência entre israelenses e palestinos’. E Fepal, não apoiem, não passem o pano para apologia ao terrorismo dentro de uma manifestação de vocês.”
Esse conselho é bem significativo, pois revela de onde vem a capitulação gigantesca de vário setores da esquerda que não querem de jeito nenhum defender o Hamas, pelo contrário, estão atacando o grupo. Está claro: essa esquerda está seguindo as orientações do sionismo.
Embora a moça do vídeo queira parecer progressista e democrática – até fala em homofobia e machismo para convencer os trouxas – basta uma navegada pela sua conta no Instagram para saber que ela é uma defensora árdua dos crimes de Israel. Por que a esquerda deveria dar ouvidos a essa gente? A esquerda de classe média não consegue ver uma mocinha loirinha falando coisas aparentemente progressistas que já cai feito patinho no golpe. Se usar as palavras mágicas “lgbtfobia”, “machismo”, “racismo” e “misoginia” então, é capaz de transformarem a pessoa na rainha da esquerda.
É por isso que a esquerda pequeno burguesa está contra o Hamas. Ela está seguindo o conselho dos sionistas.
O aplique da apresentadora do vídeo é fenomenal:
“Se você, assim como eu, é simpático à causa palestina, acredita que os palestinos merecem um país e a autodeterminação deles também, é a favor de dois Estado para dois povos coexistindo em paz, ajude a limpar o movimento pró-Palestina de pessoas que defendem o terrorismo do Hamas.”
Basta dar uma olhadinha nas publicações da mocinha do vídeo e as contas que publicaram a postagem e veremos que ela não é simpática à causa palestina coisa nenhuma. É uma manipulação para convencer os trouxas a não defender o Hamas. É uma manipulação para convencer os trouxas de que é possível defender uma resistência palestina abstrata, que não existe de verdade. A pergunta é: qual resistência palestina deveria ser defendida que não seja o Hamas e os grupos que estão lutando a seu lado?
A mocinha do vídeo, para parecer ainda mais progressista, apela para os sentimentos identitários da esquerda:
“Quando você apoia o Hamas (…) [apoia] também o estupro de mulheres e crianças como arma de terrorismo, a degolação de bebês, queimar crianças vivas, a morte de gays, trans e qualquer pessoa da comunidade LGBTQIA+, o machismo, a misoginia e o mundo sem qualquer tipo de liberdade para as mulheres.”
Todas as acusações contra o Hamas são mentiras. Quem queima crianças vivas, degola e estupra é Israel. Já apelar para os direitos dos LGBTs e das mulheres para atacar o Hamas é puro cinismo. Mesmo se fosse verdade, com certeza o Hamas ainda seria muito mais democrático do que o Estado de Israel.
O apela às chamadas pautas identitárias revela a origem delas. São produzidas pelo imperialismo para serem usadas contra os grupos que lutam. Israel, inclusive, segundo a propaganda do imperialismo e do próprio país, seria o paraíso do identitarismo, o recanto dos LGBTs, enquanto promove o massacre do povo palestino.
A mocinha do vídeo também afirma que o Hamas “transforma a vida dos palestinos num inferno” e acusa: “eles roubam bilhões de dólares de ajuda humanitária que o mundo envia para Gaza e vai tudo para o bolso deles. Os líderes do Hamas são bilionários enquanto a população está na miséria. Além disso, todos os quilômetros de túneis que eles constroem em Gaza é para proteger os armamentos deles, e não a população. Eles usam a população como escudo humano.”
Todas as acusações, logicamente, são calúnias e mentiras. São simples repetições do que diz o Estado de Israel em sua propaganda de guerra. Até a conversa mole da corrupção, sempre usada pelo imperialismo contra seus inimigos, é usada. A afirmação de que o Hamas usa o povo e não é apoiado pela população não se sustenta, pelos próprios números. Segundo dados, o grupo possui, apenas de combatentes armados, 40 mil homens. Se a parcela armada, ou seja, mais decidida, são 40 mil, num total de mais de 2 milhões de habitantes em Gaza, isso mostra que o apoio político direto e indireto ao Hamas é gigantesco.
Todas essas acusações não têm nenhuma sustentação na realidade, nem na lógica.
A mocinha do vídeo apenas faz propaganda sionista disfarçada das melhores intenções. Trouxas são os esquerdistas que acreditam nisso.