Nesta segunda-feira (06), o Twitter/X mais uma vez derrubou uma postagem de um militante do PCO por defender a Palestina. A postagem de Tiago Pires, militante de São Paulo, foi uma das mais compartilhadas de todas em relação à manifestação do dia 04 de novembro na Avenida Paulista. Sua publicação, que já havia atingido cerca de um milhão de visualizações, consistia em uma selfie do alto do carro de som com um grande bloco do PCO atrás com a legenda “Fim de Israel já! Viva o Hamas!”. Veja:
Por conta do tuíte, ele estava sendo atacado tanto pela direita quanto pela esquerda pequeno burguesa. Não demorou muito tempo para o X também atacá-lo. “Para continuar com a conta, tive que excluir o post. Ele diz que pode entrar com recurso, mas se você entra com recurso, ninguém responde, então eu excluí a publicação. Disseram que foi violação das regras contra o discurso de ódio e o discurso violento”, afirmou Tiago Pires ao Diário Causa Operária (DCO).
Sobre os ataques que a postagem sofreu antes de ser censurada, Tiago afirmou: “No começo, tinha mais gente de esquerda dizendo que o PCO não deveria existir, marcando Alexandre de Moraes, pedindo prisão para o PCO. Depois apareceram os direitistas, aí começaram a marcar as contas do Estado de Israel, das FDI, pediam prisão e outros ataques”.
“Me sinto censurado, não existe liberdade de expressão a partir do momento que você atinge um número considerável de pessoas. A última vez que olhei, iria atingir 1 milhão de visualizações. A desculpa usada é que violei as regras em relação ao discurso violento, de ódio. Você não pode mais denunciar um regime supremacista que pratica uma limpeza étnica e defender o direito do povo palestino de enfrentar, inclusive de maneira armada, os opressores”, denunciou.
Sobre o papel de Elon Musk, a comparação com o bolsonarismo foi inevitável. Em suas palavras: “Não acho que se trata de uma capitulação do Elon Musk, podemos fazer um paralelo com o bolsonarismo: ele também dizia defender a liberdade de expressão, o armamento do povo e outros direitos – algo que, inclusive, a esquerda usava para atacar o PCO. Mas vemos que eles não são consequentes nessa defesa. Vemos os bolsonaristas processando o companheiro João [Jorge Pimenta] por ter pedido uma salva de palmas ao Hamas nos ato. Ou seja, não é que defendem a liberdade de expressão, eles apenas querem o controle da repressão. Acho que em relação ao Elon Musk é o mesmo, a medida que gera problemas para ele, a repressão é tão grande quanto a de outros setores da burguesia”.
Por fim, o companheiro destacou o contraste entre o ato na rua, ou seja, a realidade, e a repercussão que a postagem teve nas redes sociais:
“Nas ruas, não houve absolutamente nada (de negativo), pelo contrário, foi uma adesão muito grande das pessoas. Elas se identificam com o bloco do PCO, a bateria, as palavras de ordem. Vi a presença de muitos palestinos que vivem no Brasil. O PCO foi muito bem recebido nas ruas, as faixas, as bandeiras do Hamas, não houve nenhum problema. Nas redes sociais, eu não esperava que isso fosse acontecer, pois o clima das ruas foi muito bom. Pareceu até um ataque coordenando, sempre com os mesmo argumentos, ‘O PCO atrapalha, é de direita, não deveria existir’. Da direita, no entanto, eu esperava que haveria críticas, que falariam de estupro, decapitação de bebês e outras mentiras. Só não esperava que teríamos tanta visualização e que haveria uma censura. Boa parte da repercussão se deve aos ataques da esquerda que republicava [a publicação] atacando o PCO”, afirmou Tiago.