Na última quarta-feira (25), foi publicada uma pesquisa de opinião que apresentava uma queda na popularidade do governo Lula. Segundo o levantamento da Genial/Quaest, Lula teria 38% da aprovação dos brasileiros, perdendo quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.
Um outro dado da pesquisa mostra que “as viagens ao exterior” de Lula teriam sido um dos motivos da insatisfação do conjunto da população. Segundo o levantamento, 55% dos entrevistados consideram “excessiva” a agenda de viagens. A maioria, segundo a Genial/Quaest, indica que Lula se dedica “mais do que devia” à política externa.
Como toda pesquisa dos institutos da burguesia, a Genial/Quaest merece toda desconfiança. No entanto, o fato de que jornais como O Globo destacaram uma suposta impopularidade do governo no que tange a sua política externa revela que há uma clara pressão contra o governo nessa questão. O Globo quer indispor os brasileiros contra a política externa de Lula, que, até pouco tempo, era o que tinha de mais positivo no governo, uma vez que expressava uma aproximação com russos e chineses e um enfrentamento à ordem mundial comandada pelos Estados Unidos.
Quando O Globo, por meio da pesquisa da Genial/Quaest, afirma que “o povo” quer que Lula “cuide da própria casa”, está dando um recado muito claro: a burguesia não querem ver Lula se aproximando da Rússia e irá fazer tudo a seu alcance para pressionar o governo contra essa posição.
Ao mesmo tempo que a pesquisa revela essa pressão, a queda de popularidade também assinala que o governo não vai bem, principalmente devido à sabotagem econômica. E é justamente por isso que a tendência do último período tem sido a de capitular para a direita: cada vez mais inseguro na política nacional, o governo Lula se vê pressionado a capitular na política internacional.
É por isso que resolveu cometer uma verdadeira barbaridade política ao condenar ao Hamas, favorecendo o Estado de Israel.
É preciso, no entanto, ter claro que capitular perante a direita não irá salvar o governo. Pelo contrário: irá fortalecer ainda mais a burguesia para organizar uma ofensiva golpista.