Ao contrário da posição que tomou em relação à guerra da Ucrânia, o governo Lula tem apresentado uma política profundamente reacionária diante do conflito entre palestinos e israelenses. Se, no caso anterior, Lula se recusou a enviar armas para o regime de Kiev e criticou a participação dos norte-americanos e europeus na guerra, no caso de Israel, Lula decidiu condenar o lado mais fraco e oprimido.
Poucos povos na história da humanidade foram tão martirizados como os palestinos. Há 75 anos, o Estado nazista de Israel tem massacrado a população palestina dos territórios que ocupa ilegalmente e tentado tomar à força os poucos territórios em que os palestinos ainda dominam. O que a imprensa capitalista chama de “terrorismo” por parte dos palestinos, portanto, nada mais que é a reação desesperada e imensamente desproporcional ao verdadeiro terror provocado por Israel.
O governo Lula, ao condenar o “terrorismo”, se coloca, no terreno prático, ao lado dos sionistas. Condenar o terrorismo é o mesmo que dizer que os palestinos não têm o direito de reagir, mesmo que suas casas sejam bombardeadas, suas crianças sejam mutiladas e suas mulheres sejam estupradas. É uma posição não apenas pró-imperialista, mas profundamente covarde.
Ao tomar partido de Israel no conflito, o governo brasileiro não apenas está jogando na lata do lixo todas as iniciativas positivas que deu no enfrentamento aos Estados Unidos, como efetivamente está indispondo o país contra o povo palestino. A posição do governo Lula, não bastasse ser reacionária, ainda é perigosa para o País, uma vez que o Brasil será visto como cúmplice de Israel e dos Estados Unidos no esmagamento do povo palestino.
Se o governo brasileiro teme o “terrorismo”, na verdade está incentivando que ele aconteça contra o seu próprio território. Afinal, ninguém é obrigado a assistir pacificamente que o país mais importante da América do Sul se alie ao Estado nazista e policialesco de Israel para exterminar um povo oprimido.