No último domingo (15), o empresário Daniel Noboa, de 35 anos, venceu o segundo turno das eleições e se tornou o novo presidente do Equador. Noboa foi declarado presidente quando as urnas registravam 52,2% dos votos válidos, ante 47,8% conquistados por Luísa González. Filho do empresário e ex-candidato à Presidência da República Álvaro Noboa Pontón, Daniel Noboa é formado em Administração de Empresas pela Stern School of Business, da Universidade de Nova York.
As eleições ocorreram em um cenário muito peculiar no Equador. Em primeiro lugar, as eleições foram antecipadas pelo presidente atual do Equador, Guilherme Lasso, que optou por renunciar ao cargo, desde que o Congresso fosse igualmente dissolvido – a chamada “morte cruzada”, prevista pela Constituição equatoriana. Em segundo lugar, as eleições chamaram muito a atenção porque ocorreram uma série de assassinatos políticos. O mais marcante foi o assassinato em público de Fernando Villavicencio, o que serviu de pretexto para que o governo Lasso se tornasse ainda mais repressivo.
Muito embora Daniel Noboa tenha sido beneficiado diretamente pela histeria em torno dos assassinatos, a derrota de Luísa Goanzáles, contudo, tem um significado muito negativo para o correísmo – isto é, o movimento liderado pelo ex-presidente Rafael Correa. Essa é a segunda derrota que o correísmo tem desde que Lenín Moreno chegou à presidência da República.
Diferentemente do que houve no Brasil, onde foi necessária a intervenção do Congresso Nacional para que houvesse um golpe contra o governo do PT, o Equador sofreu um outro tipo de golpe. O candidato do correísmo após o governo de Rafael Correa, Lenín Moreno, simplesmente traiu e rompeu com o movimento, revelando-se um verdadeiro vampiro neoliberal. Lenín Moreno inclusive, fez parte da operação que levou à deportação de Julian Assange.
Na primeira eleição e na última eleição, Rafael Correa recorreu ao mesmo recurso: em vez de lançar a própria candidatura, lançou outro candidato, em uma tentativa de forjar um compromisso com o imperialismo. Trata=se de um movimento semelhante àquele feito por Cristina Kirchner na Argentina,
O resultado está aí: diante da falta de iniciativa do correísmo de estimular a polarização política, a direita venceu mais uma vez.