O novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, que foi empossado recentemente no Tribunal em uma grande pompa e circunstância,com direito inclusive a festa com show de Maria Bethânia e tem sido apresentado pela imprensa burguesa como um ministro supostamente bastante popular, até mesmo sendo anteriormente convocado a comparecer ao congresso da UNE para discursar aos estudantes, atropelando completamente o dever de um juiz que é o de ser imparcial e não se envolver politicamente, começa agora a dar o tom da sua presidência no STF.
Barroso afirmou na última sexta-feira(13) em seu discurso na França durante um evento chamado “Fórum Esfera Internacional” que existe no país um “preconceito contra o empreendedorismo” e uma “indústria de reclamações trabalhistas.”
“Nós precisamos superar o preconceito que ainda existe no Brasil contra a livre iniciativa e contra o empreendedorismo. Esse é um problema que não conseguimos superar ainda. E a história demonstrou que a iniciativa é a melhor geradora de riquezas e, portanto, ser progressista significa querer gerar o máximo de riqueza e distribuí-las de uma maneira justa e adequada”, declarou o ministro.
Barroso defendeu ainda que deveria haver uma restrição para poder entrar na justiça com uma reclamação trabalhista: “O custo de uma ação do trabalho a gente só fica sabendo depois que ela termina. Nós temos uma imensa litigiosidade trabalhista que precisamos equacionar. Mais de 5 milhões de processos em curso. Às vezes porque empresários se comportam mal, às vezes porque existe uma indústria trabalhista, às vezes porque a legislação é de uma tal complexidade que quem quer cumpri-la não consegue cumprir adequadamente”, afirmou.
A ofensiva de Barroso contra os direitos trabalhistas é coerente com o modus operandi prevalecente no STF que tem sistematicamente atacado os trabalhadores em suas decisões.
É com a benção do STF, que em diversas decisões declarou que a terceirização deve ser irrestrita e que os órgãos tomadores de serviço não devem ter a obrigação de pagar o trabalhador terceirizado em caso de falência da empresa terceirizada, que hoje milhares de trabalhadores trabalham com muito menos direitos trabalhistas e até mesmo sem ter a certeza de que vão receber o salário no fim do mês.
O Supremo Tribunal Federal é o maior inimigo do trabalhador no país, para destruir os direitos trabalhistas previstos na legislação passam por cima até mesmo da própria lei, isso quando supostamente deveriam estar onde estão para zelar pela Constituição.
Foi com a bênção deste Tribunal e em particular com a benção do ministro Barroso que o golpe de estado contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016 foi perpetrado e junto com ele a reforma trabalhista de Michel Temer que desferiu um ataque feroz aos direitos previstos na CLT, jogando milhões de trabalhadores na miséria.
É preciso, portanto, desmascarar não apenas os próprios ministros, mas todos aqueles que tentam vender esses inimigos do povo como se fossem seus aliados.