Nesta última semana repercutiu na imprensa que o governo britânico cobrará £ 300, para retirar de cidadães britânicos da Palestina. A convenção desse montante de Libras Esterlinas na cotação do dia 13 de outubro, representar R$ 1847,97, cobrados de possíveis vítimas de um confronto armado.
Os frutos do neoliberalismo
Segundo o Reino Unido serão utilizados voos comerciais no resgate dos cidadães britânicos que solicitarem repatriação. A taxa cobrada seria para cobrir os custos operacionais do transporte, sendo este o procedimento padrão atual daquele país.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido nesta quinta-feira (12): “Cidadãos britânicos vulneráveis serão priorizados. (…) Entraremos em contato diretamente com aqueles que são elegíveis para os voos e os cidadãos britânicos não deverão dirigir-se ao aeroporto a menos que sejam chamados”.
Se cobrar um valor de £ 300 correspondente a ₪ 1.447,32 quase metade do salário mínimo em Israel de ₪ 3.850, fosse pouco, ainda o fato de aguarda ser elegível a repatriação sem um critério objetivo, publico.
Aqui temos a “mão do mercado” guiando as ações do Estado britânico, sem qualquer pudor. Os neoliberais costumam defender sua política como maior participação do mercado no Estado, a realidade é que essa política colocou o Estado basicamente o nas mãos dos banqueiros.
Não existe refeição grátis
Milton Friedman colocou essa frase como uma máxima neoliberal, mesmo sem haver qualquer novidade na mesma. Algo que Marx e Engels, há muito, já haviam denunciado no Manifesto Comunista: “para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse, as duras exigências do “pagamento à vista”.
É obvio que os capitalistas não fazem nada de graça, esse é apenas mais um caso comprova esse fato. Quando um capitalista, principalmente ligado aos monopólios imperialistas, patrocina, financia, se move, o faz apenas para defender seus interesses, aumentando seus lucros.
Não existe filantropia para os capitalistas na fase atual. Quando o imperialismo fala em ajudar humanitária, esta propondo ao conjunto da população que pague ainda mais pelos seus lucros.
Inglaterra após Thatcher
Aqui estamos falando do Reino Unido, que já foi referência mundial ao se falar em serviços públicos. Por exemplo, o Serviço Nacional de Saúde (NHS, do inglês National Health Service) foi pioneiro na universalização do acesso gratuito a saúde com financiamento público.
Desde o governo de Margaret Thatcher, diversos setores dos serviços públicos foram total ou parcialmente privatizados. Com a política neoliberal de Thatcher o país, que era referência na assistência social, viu ser “dobrado seus índices de pobreza. O índice de pobreza das crianças britânicas, em 1997, era o pior da Europa.” NELSON, Emily; WHALEN, Jeanne (22 de dezembro de 2006).
O sistema NHS, por exemplo, outrora universal, foi subdividido e terceirizado na maioria, havendo uma política objetiva de mercantilização e privatização do NHS. Hoje, segundo Will Hutton, do jornal The Guardian, 83% dos britânicos desejam a reestatização dos serviços públicos.
“A água do Tâmisa, que está sob administração privada, é o maior exemplo, criando dívidas astronômicas enquanto distribui dividendos excessivos para seus acionistas da holding em Luxemburgo, uma negociação designada inicialmente para minimizar as obrigações fiscais do Reino Unido. Como mostra o Cuttill Report, com os índices atuais, levarão 357 anos para o Tâmisa renovar as reservas de água de Londres. No Japão são necessários apenas 10 anos.”, conclui o Hutton.
Como o governo Lula se tratou as solicitações de repatriação?
O governo brasileiro, mesmo dirigindo um Estado de um país atrasado, com recursos infinitamente inferiores aos do Reino Unido, de imediato se mobilizou para atender os pedidos de repatriação, sendo o primeiro a fazê-lo ou um destes.
De imediato foram realizados três voos da Força Aérea Brasileira (FAB), efetuando o resgate de 494 brasileiros refugiados. Sendo uma política do governo brasileiro não cobrar por resgate em áreas vulneráveis.
Segundo o Itamaraty, 2,7 mil brasileiro entraram em contato com a representação diplomáticas em Israel. Entretanto, nem todos solicitaram repatriação, mesmo assim o Itamaraty estima resgata 2 mil brasileiros, configurando como a maior operação de repatriação realizada pelo Brasil em situação de conflito.
“reitera a orientação no sentido de todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion”. Afirma em nota o Itamaraty.
Estado para quem?
Ha uma falácia dos neoliberais em relação ao Estado, estes defendem o Estado mínimo, mas apensa no tocante ao atendimento dos serviços públicos. Quando falamos na defesa dos interesses dos grandes capitalistas, não limite para a intervenção estatal.
O mesmo neoliberal que defende o fim do funcionalismo público no atendimento popular, defender ferozmente o orçamento de repressão. Sempre há recursos para salva um banco ou custear uma guerra, no caso brasileiro mais de 50% do orçamento Federal vai para dívida pública.
O pecado para esses é o Estado atender um interesse da popular, para educação, saúde e infraestrutura nunca há orçamento e todo gasto é demasiado. Com o golpe de Estado essa política deu um avanço gigantesco no Brasil, a precisamos no mobilizar no sentido contrário, reivindicando a reestatização de tudo, inclusive dos frutos da política criminosa de FHC.