“Decidimos dizer basta!”. É isso que declarou o Hamas, partido político de resistência do povo palestino contra a ditadura de Israel, no último sábado (07). O grupo resolveu reagir e levou adiante um ataque que matou dezenas de israelenses, convocando o povo palestino a se libertar das garras do Estado nazista de Israel. Desde então, o conflito vem se desenvolvendo diariamente, com uma agressividade cada vez maior do lado de Israel, que está cometendo verdadeiras atrocidades contra a Palestina.
Desde sábado, segundo levantamento divulgado na segunda-feira (09) pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 120 mil palestinos deixaram suas casas em Gaza. Por volta de 70 mil pessoas buscam refúgio em escolas, seja porque suas residências foram destruídas, ou porque temem que elas ainda serão bombardeadas pelo exército fascista de Israel.
Ainda na segunda-feira, Israel, demonstrando que seu principal objetivo é massacrar o povo palestino o máximo que conseguir, anunciou um cerco total à Faixa de Gaza. “Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Tudo bloqueado […] Estamos lutando contra animais humanos e agindo de acordo”, disse o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, referindo-se aos palestinos. A declaração do ministro, por si só, deixa claro o caráter nazista do Estado israelense, que nem mesmo considera os palestinos como pessoas.
Fato é que, na Faixa de Gaza, habitam mais de 2.200.000 de palestinos, sendo cerca de metades destes crianças. Não é à toa que organizações internacionais apontaram que a determinação de Gallant não só é um crime de guerra, como um potencial genocídio.
De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, até o fechamento desta edição, ao menos 687 palestinos morreram e 3.726 ficaram feridos desde que Israel começou a bombardear impiedosamente a Faixa de Gaza. As mortes ainda incluem 140 crianças e 105 mulheres. Os nazistas de Israel já destruíram escolas, hospitais e residências civis sob a justificativa de que estariam sendo utilizados pelo Hamas, algo que o partido palestino categoricamente nega.
“Falei com a minha família por telefone e todo mundo está bloqueado, cercado, tomado como refém na Faixa de Gaza”, afirma. “São famílias, crianças, mulheres que não têm nenhum lugar para onde ir, nenhum abrigo ou refúgio”, disse Hala Abou-Hassira, embaixadora palestina na França.
Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, sugere cinicamente que os civis devem fugir da guerra, sabendo que não há para onde fugir por conta do bloqueio de seu país. Ao mesmo tempo, Alexandre Grinberg, do Instituto para a Segurança e a Estratégia de Jerusalém, descreve o planejamento do exército israelense, ressaltando que prevê a morte de muitos civis. “Os ataques devem visar primeiramente os centros de comando do Hamas e suas tropas, os bombardeios virão de todos os lugares. Em paralelo, o exército se prepara para entrar em Gaza”, disse.
Ao redor do mundo, a população vai às ruas defender a ação da Palestina e sua libertação de Israel, que promove um verdadeiro genocídio há décadas na região. Em Lisboa, Madrid, Toronto, Duisbur (Alemanha), no Brasil e mais, foram feitos atos em solidariedade ao povo palestino, deixando claro que não se trata de um movimento “de cúpula” do Hamas, mas sim de uma tendência política geral que representa o ódio dos povos oprimidos em todo o mundo contra o Estado nazista de Israel.
E não são apenas pessoas e grupos políticos que estão se colocando ao lado do Hamas, países inteiros já indicam que ajudarão a Palestina no conflito. Dmitri Peskov, porta-voz do governo russo, por exemplo, afirmou que “Terceiros países” podem se envolver na guerra. “Estamos extremamente preocupados”, disse Peskov. Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, afirmou que a única maneira de alcançar a paz na região é por meio de uma solução de dois Estados, defendendo a criação de um Estado palestino independente com Jerusalém como sua capital.
De maneira mais direta e efetiva, o Hesbolá, grupo libanês, parece que vai aderir à guerra. Na manhã de ontem, as Forças Armadas de Israel bombardearam o Líbano, assassinando várias pessoas, incliindo membros do Hesbolá. O bombardeio foi feito a partir de helicópteros e foi registrado na parte central de fronteira entre os dois países. Para justificar o ato fascista, o governo israelense afirmou que houve “infiltração de vários suspeitos no território israelense a partir do território libanês”.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que o país não quer entrar na guerra, afirmando que sua prioridade é “manter a segurança e a estabilidade no sul do Líbano”. Apesar dessa posição capituladora, o Hesbolá, acertadamente, retaliou o ataque israelense, lançando mísseis teleguiados contra três postos no norte do país capturados por Israel do Líbano em 1967. De acordo com o grupo, o gesto foi um ato “em solidariedade” ao Hamas.
O imperialismo também tenta reagir. Na segunda-feira, o governo dos EUA comunicou que transferirá um porta-aviões, navios e jatos para o Mediterrâneo Oriental em apoio a Israel. Além disso, o governo imperialista deixou claro que fornecerá aos israelenses equipamento e munições adicionais. Frente a isso, Moscou afirmou que acha que o conflito regional pode escalar, evoluindo para uma guerra mais ampla no Oriente Médio.
A adesão de outras forças anti-imperialistas, como é o caso do Hesbolá, pode ser um fator decisivo para a vitória do povo palestino em sua guerra contra o Estado nazista de Israel. Finalmente, Israel tem um exército muito maior do que o palestino, mas está fragilizado como parte da tendência mundial de crise no imperialismo. A união entre o Hamas e outros grupos pode, nesse sentido, causar um grande estrago que tem a capacidade de pôr fim, de uma vez por todas, ao regime de terror de Israel.