Na última quinta-feira (5), A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados realizou audiência pública a fim de abordar a “Atuação ideológica na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA)”.
Dentre outras pessoas, foi ouvida Maria Anne Quiroga, diretora de pesquisa do Centro Global para Direitos Humanos.
Em seu depoimento abordou a questão do financiamento da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), um dos órgãos da OEA.
Segundo a pesquisadora, o financiamento da OEA (e, por conseguinte, da CIDH) provém de três fontes diferentes: um chamado “fundo regular”, que corresponde às verbas da própria organização; e um “fundo específico”, constituído por doações dos países membros, de países observadores permanentes e, por último, “instituições da sociedade civil” internacionais, ou seja, ONGs internacionais.
Conforme relatório do ano de 2022, houve doação dos seguintes Estados-membros: Canadá, Chile, Costa Rica, México, Panamá, Peru e Estados Unidos, sendo que o maior aporte financeiro veio desse último (US$4.638.608,50).
Dentre Estados nacionais, houve doações também feitas por observadores permanentes. No caso, os doadores foram França, Irlanda, Itália, Mônaco, Holanda, Noruega, Espanha e Suíça. Desses quatro últimos países, o montante recebido ultrapassou os US$1,8 milhões.
No total, o financiamento por parte dos países imperialista (ao menos a quantia reportada) foi de US$6.714.672,70:
Vê-se, então, que o imperialismo repassa aporte milionário anualmente à OEA, uma organização que deveria, segundo a propaganda, ser independente e servir de forma imparcial aos interesses mútuos os países do continente americano.
Contudo, o financiamento imperialista não é limitado às doações dos respectivos países.
Como dito, as ONGs, Fundações e mesmo empresas tradicionais, também fazem seus devidos aportes. Em relação ao ano de 2022, as doações advindas delas totalizou US$1.345.606,00.
Dentre as ONGs e fundações estão a Arcus Foundation (voltada ao ambientalista e ao identitarismo) e a Ford Foundation (fachada da CIA, que esteve por trás do golpe de 2016).
Nos anos de 2020 e 2021, houve também contribuições da Open Society Foundations. Em 2019, da Freedom House e da Oxfam:
Para além do financiamento, Maria Quiroga informou que os financiadores decidem em quais projetos irão destinar esses fundos. A título de exemplo, vejamos o projeto que um projeto financiado pela Fundação Arcus condiz especificamente com sua área de atuação:
Em termos coloquiais: quem paga a banda, paga música.
De forma que o depoimento da diretora de pesquisa do Centro Global para Direitos Humanos, em conjunto com os documentos disponibilizados publicamente pela própria OEA (e a CIDH), servem para mostrar que essa organização não é algo imparcialmente, mas apenas uma correia de transmissão da política identitária, ambientalista e de direitos humanos do imperialismo, as quais, no fim, servem tão somente para manter a ditadura imperialista sobre os países oprimidos do continente americano.
Não é a toa que Fidel Castro caracterizava a organização como “repugnante” e um “instrumento odioso” dos Estados Unidos. Segundo ele, a Organização dos Estados Americanos era nada além do “ministério das colônias dos Estados Unidos”.
E ele estava certo.