No último sábado (7), o mundo inteiro foi surpreendido com a operação militar do Hamas contra o Estado genocida de Israel. A investida dos palestinos é um evento histórico e é, possivelmente, um dos mais importantes do século. Diferente de alguns setores da esquerda nacional e internacional, este Diário considera necessário reforçar o apoio não só a luta dos palestinos, mas publicizar total apoio ao Hamas, que lidera a resistência palestina de forma heroica, como foi nesse último episódio.
O povo palestino leva uma luta de resistência por mais de 50 anos, tendo sido massacrados e violentados de todas as maneiras possíveis ao longo dos últimos anos. Não se trata de uma guerra entre duas nações, mas de um verdadeiro genocídio de Israel contra os palestinos, visto que o preparo e o apoio militar de Israel é um dos maiores do mundo, completamente desproporcional aos palestinos que, muitas vezes, vão à luta com pedras e paus. Há cerca de 30 anos, o maior exemplo da resistência palestina é o Hamas, uma organização nacionalista com forte embasamento religioso, mas que é tratado como “terrorista” pela imprensa internacional por travar uma luta armada contra o imperialismo.
Não é possível defender a luta do povo palestino sem defender a luta do Hamas. A operação do último sábado deve ser caracterizada como um evento de aspirações revolucionárias, pois colocam em xeque toda uma dominação de décadas de Israel. Uma invasão armada, atacando o Estado sionista como nunca feito.
Há toda uma defensiva no interior da esquerda em defender abertamente o Hamas como fator determinante na revolta palestina.
Por exemplo, o jornal Esquerda Diário, ligado ao MRT destacou:
“Estamos ao lado da resistência do povo palestino, sem que isso implique compartilhar da estratégia e dos métodos do Hamas, que visa estabelecer um Estado teocrático. Defendemos o direito à autodeterminação nacional do povo palestino e lutamos por uma Palestina operária e socialista onde árabes e judeus convivam em paz.”
Ao fazer esta colocação, o Esquerda Diário defende que a luta seja travada com métodos e estratégias diferentes daqueles que estão justamente lutando valentemente contra o exército israelense. Sem mesmo propor outros métodos e estratégias. É um apoio completamente demagógico, que prefere capitular diante do estado de israel do que defender um grupo armado e revolucionário por meras questões religiosas.
Fica o convite para o Esquerda Diário traçar seus métodos estratégicos na região do Oriente Médio com toda a modernidade do discurso identitário e a coragem necessária para pegar em armas e lutar por seu país e sua cultura. O Hamas precisa ser saudado, e sua luta de décadas vale mais do que um milhão de MRTs que discordam de sus métodos em plena guerra contra Israel.
Outros partidos da esquerda considerada revolucionária, comunista, não se pronunciaram em defesa do grupo armado, apenas ao povo palestino, como é o caso do PSTU e do PCB. Isso não é simplesmente uma defensiva, mas uma capitulação completa a campanha imperialista. No caso do PCB, sequer há menção a incursão do Hamas em sua nota.
Como declarou o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, na última Análise Política da Semana, nós não estamos só 100% ou 200% com o Hamas. Apoiamos 1.000% o Hamas!
É necessário uma defesa intransigente e sem demagogia do Hamas, mesmo se tratando de um grupo islâmico fundamentalista. O Hamas é acusado de “terrorismo” e, por parte dos identitários, acusam-no de serem opressores das mulheres, como qualquer outro grupo fundamentalista muçulmano. É nesse momento que vemos o propósito dos identitários: travar a verdadeira luta dos oprimidos, que são massacrados diariamente pelo imperialismo. Essa demagogia identitária, como sempre, só atende aos interesses do imperialismo. Serve para esmagar os que já são esmagados, como os palestinos.
Não existe essa ideia genérica de apoiar a luta dos palestinos em geral. É necessário sair em defesa da luta do Hamas, que é quem de fato leva e lidera essa luta, há pelo menos 30 anos.
O Hamas é um partido político, tendo o sido o mais votado nas últimas eleições da Palestina, em 2006. Após a vitória eleitoral do Hamas, Israel proibiu as eleições palestinas, para impedir ainda mais o avanço do grupo.
Da mesma forma como atacam o Talibã, o Hezbollah e outras organizações nacionalistas muçulmanas, a imprensa imperialista ataca ferozmente o Hamas, sempre com o pretexto do “terrorismo”. São grupos subversivos, que ameaçam a dominação imperialista nesses países.
Por isso, é necessário colocar de forma clara a necessidade de apoiar toda ação do Hamas. Pelo fim do Estado sionista de Israel e pela vitória do povo palestino, de todo o povo árabe oprimido pela dominação imperialista na região!
Todo apoio ao Hamas na luta pela libertação palestina!