A Academia Brasileira de Letras nunca foi exatamente uma instituição séria. Não é para menos, o propósito de sua existência é reunir seus “imortais” em cafezinhos e convescotes, para os quais recebem gordos cachês, e nada de produtivo pode sequer ser cogitado de tal arranjo. A ABL coleciona diversas indicações duvidosas, envolvida em todo tipo de politicagem e esquema com grandes editoras para impulsionar vendagem de livros e outras coisas que nada têm a ver com a arte da escrita propriamente.
Por causa disso é que não deveria ser surpresa para ninguém o fato de que o eleito para a cadeira 5 foi o índio do PSDB, Ailton Krenak. Após o vilipêndio d’O Guarani de Carlos Gomes, Krenak e seu identitarismo burguês fazem mais uma vítima: as Letras brasileiras. Para justificar a indicação esdrúxula, a imprensa cita alguma de suas obras. Pessoalmente, nunca li nenhuma, então não é possível falar especificamente sobre seu conteúdo. No entanto, a natureza política da indicação é muito transparente.
Krenak sempre surfou na demagogia com os indígenas e com o meio ambiente. Toda a sua obra gira em torno dessas questões. Alguns dos títulos: “Ideias para adiar o fim do mundo”, “O Amanhã não está à venda”, “A vida não é útil”, etc. Todos dão aquela ideia de que estamos próximos do apocalipse e, ao ver suas colocações, conclui-se que a solução seria retroceder todo o desenvolvimento econômico conquistado pela humanidade, voltando à idade da pedra.
O identitarismo e o ecossocialismo são duas vertentes do mesmo fundamento, são filosofias que atendem aos interesses do imperialismo e cujo principal objetivo é subjugar os países atrasados, para que eles sequer possam pensar em chegar perto de superar o atraso em que se encontram. Trata-se de uma política reacionária e anti-marxista.
Nada mais natural para a burguesia que o novo “imortal” seja um propagandista dessa política criminosa. É preciso ver além da demagogia com os índios e com o meio ambiente e considerar que se trata de uma indicação que serve aos interesses do imperialismo e do setor mais retrógrado e criminoso da burguesia nacional.