A crise do imperialismo tem tomado proporções gigantescas, a derrota no Afeganistão para o Talibã, o fracasso da Ucrânia diante da Rússia, os levantes nacionalistas em vários países na África, a questão da Líbia e da Síria também são problemas grandes para os imperialistas. Como se não bastasse, ainda tem que enfrentar um perigo ainda maior e real, que pode abalar todo esse domínio dos países ricos contra os atrasados que são os BRICS.
Como uma fera acuada e desesperada, o imperialismo tenta reagir como pode. Como é o caso do Egito atualmente. Há 10 anos, um golpe de Estado derrubou o presidente, Mohamed Morsi foi deposto e preso em 3 de julho de 2013. Golpe esse claramente organizado e orquestrado pelo imperialismo para retirar do poder a Irmandade Muçulmana, que tinha um caráter nacionalista. De lá pra cá vigorou no Egito uma ditadura militar, direitista.
De 14 a 16 de agosto, o regime militar abriria fogo contra os manifestantes reunidos na praça Rabia-El-Adaouïa. Pelo menos 638 pessoas foram mortas sob as ordens das autoridades egípcias. O episódio é chamado de “o maior massacre da história moderna do Egito”. O Estado de exceção logo seria promulgado, e a Irmandade Muçulmana seria classificada como uma “organização terrorista”.
Controlado por uma ditadura militar comandada pelo imperialismo, até nos últimos dias nunca se ouviu na imprensa burguesa de violação dos direitos humanos no Egito, onde os militares mantém dezenas de milhares de pessoas presas, muitas foram assassinadas e tudo mais que esse tipo de ataque contra a população causa em país, como fome, miséria, destruição e entrega das riquezas do país para estrangeiros.
No entanto, após o ingresso do Egito nos BRICS, a imprensa ligada ao imperialismo, como que milagrosamente, tem aberto os olhos e começado a enxergar os crimes que o golpe de Estado e a ditadura naquele país tem feito contra o povo. Coincidência? É óbvio que não. De acordo com o site de notícias RT, o novo presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, Ben Cardin, bloqueou cerca de US$ 235 milhões em ajuda militar ao Egito, de acordo com um comunicado que ele fez na terça-feira (3).
Cardin informou ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que a suspensão do financiamento “persistirá até que sejam alcançados progressos específicos em matéria de direitos humanos”. “A estabilidade do Egipto é do interesse nacional dos EUA e esse interesse é melhor servido quando o governo egípcio tomar medidas sustentáveis, concretas e significativas para melhorar o respeito pelos direitos humanos dos seus cidadãos”, disse Cardin.
O Secretário de Relações Exteriores dos EUA também pediu um indulto para os mais de 60 mil presos políticos no Egito. Essa preocupação dos Estados Unidos com a violação dos direitos humanos no Egito nos dias de hoje é pura demagogia, não existe nenhuma preocupação com a população de países atrasados por parte do imperialismo, muito pelo contrário querem arrancar o coro dessa população. O bloqueio de envio de verba para os egípcios é um aviso e uma tentativa clara de afastar aquele país da Rússia e da China.