Para tentar sufocar o movimento nacionalista da ilha da Córsega, o presidente da França, Emmanuel Macron, propôs alterar o estatuto da ilha, no intuito de dar mais autonomia para o local. A resposta do imperialismo francês ocorre depois da morte, em 2022, do principal líder da mobilização separatista, Yvan Colonna, que estava em prisão perpétua por assassinar o prefeito da ilha em 1998.
Desde sua morte, moradores têm realizado protestos cada vez mais violentos pedindo a independência da ilha. Em aceno para sufocar o movimento, Macron fez a oferta durante visita à ilha, mas reforçou que a “autonomia” será limitada e não haverá nenhum desligamento do Estado francês. Vale destacar que as duas principais reivindicações dos independentistas ficaram de fora do aceno de Macron: a inclusão do estatuto de residente para os moradores da ilha e a inclusão do idioma corso como língua co-oficial.
O aceno do representante do imperialismo francês tampouco indica que tipos de poderes a ilha teria com a tal “autonomia”. De todo modo, ficou estabelecido seis meses para que os políticos de Córsega cheguem em um acordo sobre uma lei que alteraria a Constituição Francesa. O texto deve ser aprovado pela Assembleia Nacional e por fim, em referendo.
O poder de Paris vem sofrendo diversos reveses, sobretudo na África, onde ocorreram levantes militares contra a influência francesa no Sudão, Burquina Fasso, Niger e Gabão. Este momento de fraqueza da dominação francesa é explicitado pela verdadeira insurreição que ocorre abaixo do Mediterrâneo, algo que vem sendo aproveitado pelos inimigos internos do imperialismo francês.
Importante destacar que Córsega faz parte da França desde 1768, mas a ilha, que possui 339.178 habitantes, tem um poderoso movimento de independência, em função do apego do povo local pela língua e em função dos catastróficos indicadores estatísticos que revelam uma contínua crise econômica e social.