A experiência da luta de classe tem demonstrado que os trabalhadores só podem triunfar se estiverem organizados nas empresas e nas fábricas. Nos setores mais importantes dos bancos – tecnologia, agências maiores, por exemplo – existem trabalhadores de diferentes relações com o Sindicato e os estagiários não possuem sindicato algum. Dentro do próprio funcionalismo o vínculo com o sindicato e os problemas decorrentes de cada setor são diferenciados, assim temos: os postos efetivos, caixas, os da área de logística, etc.
Ante os conflitos que surgem, tanto nas campanhas salariais como fora delas, os trabalhadores não se encontram suficientemente organizados, não estão unidos em um mesmo organismo, só uma parte deles está filiada ao Sindicato e deste modo se encontram divididos diante a luta por suas reivindicações. É necessário unir todas as forças. Neste sentido, a melhor forma de organização são os Comitês de Luta feitos pelo conjunto dos trabalhadores. Os Comitês são organismos do sindicato que supervisionam a aplicação das decisões sindicais; e são organismos de controle dos trabalhadores sobre as relações de produção dentro da empresa. Para que essa política tenha sucesso é preciso criar Comitês, principalmente, em todos os setores da tecnologia e nas grandes agências bancárias e em setores que concentre um grande contingente de trabalhadores. Os Comitês devem ser eleitos por todos os trabalhadores e representar os interesses do conjunto do funcionalismo.
Os critérios de eleição, estatutos e outras regras mínimas não podem ser empecilhos para a estruturação dos Comitês. Devem ser tiradas no decorrer da mobilização e participação.
Uma outra questão não menos importante diz respeito à questão dos Delegados Sindicais e Conselhos de Delegados.
A figura do delegado sindical já é de reconhecimento dos próprios banqueiros. No entanto, se é reconhecido para os bancários, tanto melhor, desde que, não se aceite a ingerência do banqueiro neste processo. A orientação deve ser dar uma política classista e um caráter orgânico aos delegados sindicais, com reuniões periódicas, constituir a imprensa própria dos delegados e eleger uma Comissão que coordene as atividades.
Os banqueiros estão numa política reacionária desenfreada cujo objetivo é atacar os direitos e conquistas dos bancários para aumentarem os seus já fabulosos lucros.
Arrocho salarial, demissão em massa, aumento sistemático de metas de venda de produtos que tem levado, literalmente, a categoria à loucura, são os métodos desses vampiros que sugam o sangue não só dos bancários, mas de toda a população através de tarifas absurdas, juros nos cartões de crédito e cheque especial. Além disso, são os grandes favorecidos, em detrimento das já precárias condições de vida da maioria da população brasileira, ficando com metade do orçamento nacional através do pagamento dos juros da dívida pública.
Somente a luta conjunta dos trabalhadores e suas organizações de base poderá barrar essa ofensiva reacionária da direita golpista, dos banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais.
Os bancários devem lutar para uma verdadeira alternativa classista, independente dos patrões e do governo para as lutas que estão por vir