Governo do Kosovo acusa a Sérvia, de forma contraditória, de acumular tropas perto da fronteira, afirmando que isso se trata de um preparo para uma grande invasão, nos moldes que, segundo o Kosovo, fez a Rússia com a Ucrânia e por isso pedem apoio dos senhores da guerra do mundo: os Estados Unidos e a União Europeia. Em resposta a esse pedido do Kosovo, uma declaração do Ministério da defesa do Reino Unido, disse que transferiu o comando de um batalhão de tropas para a aliança com o Kosovo. Nos próximos dias, centenas de soldados do 1.º Batalhão Princesa de Gales se juntarão aos 400 soldados destacados no Kosovo”, anunciou o ministro da Defesa do Reino Unido. Mas não para por aí. No geral, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) já se manifesta e afirmou que, se necessário, fortalecerá ainda mais as defesas do Kosovo.
O clima de tensão aumenta com a OTAN fazendo ameaças de intervenção no possível conflito Sérvia e Kosovo, o que manifesta mais um interesse em destruir um país que já tentaram destruir em 1999, apenas pelo fato dos sérvios serem livres para apoiarem a Rússia. Não é à toa que, em 24 de setembro, o Kosovo fez comparação de que um conflito com Sérvia, teria semelhanças com a Ucrânia. Ora, e eles têm razão, afinal, quem provocou o conflito na Ucrânia também foi a OTAN. Assim como na Ucrânia, a OTAN interferiu para afetar as relações com Rússia, na Ucrânia a OTAN tem interesses e um deles é o expansionismo geopolítico que inclusive tentaram ‘comprar’ a Sérvia também e não conseguiram e por fim, como na Ucrânia, deram as famosas “desculpinhas” de defender a liberdade, democracia (como fizeram no passado no Iraque e outros países), mas não passa de hipocrisia já que na realidade todos sabem se tratar de interesses expansionistas.
Dividir para conquistar, essa foi a tática da OTAN, que resultou no conflito entre Sérvia e Kosovo, e entre outras hostilidades, o braço armado do imperialismo dividiu a antiga Iugoslávia no passado, ganhando a Croácia como aliado e um satélite ao lado da Sérvia: o Kosovo. Habitado por albaneses, o Kosovo proclamou sua independência unilateral da Sérvia no ano de 2008. Desde então, tem sido reconhecido por alguns países, principalmente pelos Estados Unidos, Canadá e pela maioria dos países membros da União Europeia, mas não pela própria Sérvia e nem pela Rússia, China, Argentina, Brasil, Irã e Espanha, entre outros.
O Kosovo acusa a Sérvia de facilitar a entrada de mercenários na região de fronteira, exatamente como aconteceu na Ucrânia. Além disso, o primeiro-ministro do Kosovo acusa a Sérvia de querer desestabilizar a região com ajuda da Rússia, sabendo que esta já possui problemas com a OTAN na Ucrânia. É o mesmo jogo, o mesmo teatro de “bom moço”, mas a verdade é nítida: o expansionismo da OTAN e como sempre com apoio dos Estados Unidos que nos últimos dias chegou chamar a atenção do governo Biden e que já afirmou monitorar as movimentações militares na região. O secretário de defesa dos EUA, Antony Blinken, conversou com o presidente Sérvio, Aleksandar Vucic, na última sexta-feira, após a recente violência que resultou na morte de um policial do Kosovo e deixou mais três civis feridos gravemente após conflito durante protestos e ataque a um mosteiro servio-kosovar, pedindo um diálogo de paz a fim de diminuir as tensões. Ao mesmo tempo que a hipocrisia americana fala em diálogo de paz ou diminuir as tensões, a OTAN diz ter autorizado o reforço de forças para o Kosovo. Parece contraditório, mas é um padrão que se repete.
Muitos leitores dos jornais da imprensa brasileira, ficam em dúvida sobre as reivindicações do Kosovo, se são legais ou não. Acontece que a região onde estão ocorrendo as tensões, fica no Norte do Kosovo, mas lá, a população é maioritariamente de origem Sérvia e as eleições locais também geram conflitos. Esse é o resultado da política da OTAN, dividir para conquistar e essa região deixa claro isso.
As dúvidas de muitos leitores, é porque a tentativa de manipular as informações e buscar o apoio das massas para a defesa daquilo que não se tem defesa alguma, sendo mais um apoio à OTAN em outro conflito e, mais uma vez, em um local onde a própria OTAN cometeu assassinatos em massa de civis inocentes, além de outros crimes de guerra em 1999, principalmente com os bombardeios sobre a capital sérvia de Belgrado. O braço armado do imperialismo parece se preparar agora para uma nova rodada de ataques criminosos contra a pobre nação báltica.