O governo do Ceará e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) entraram em um em passe. Enquanto o governo do estado defende a construção de uma usina de dessalinização, a agência, em conjunto com empresas telefônicas, afirmam que o projeto pode causar o rompimento de cabos submarinos que fornecem Internet ao Brasil.
“O Ceará, em especial a cidade de Fortaleza, é que garante a interconexão do Brasil com o resto do mundo”, afirmou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na quarta-feira (27). A Anatel, subordinada à pasta, emitiu uma recomendação contrária à instalação da usina, afirmando que um eventual rompimento pode fazer o país inteiro ficar sem Internet.
O diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Neuri Freitas, afirmou que não há motivo para que a obra não aconteça, pois a distância entre cabos e outras infraestruturas foi ampliada de 40 para 500 metros, contornando a área do projeto da usina que pode danificar os cabos para evitar riscos.
“A nosso ver, isso está totalmente resolvido, não vamos trazer nenhum risco, buscamos a conciliação. A gente acha que não há esse risco já que no continente todos os cabos cruzam com alguma estrutura, como rede de gás, de energia e diversas outras estruturas”, afirmou Freitas. A usina deve ampliar em 12% a oferta de água na cidade.