No mesmo dia em que a diretoria da UNE (União Nacional dos Estudantes), comandada há décadas pelo PCdoB, realizava um minúsculo ato para apoiar a expulsão e outras medidas de repressão contra estudantes de Medicina que teriam arriado as calças em jogos universitários, estudantes da USP entraram em greve contra a falta de professores, parte da política de destruição do ensino público do governo tucano-bolsonarista de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Enquanto PCdoB, PSOL e setores do PT, reforçam a campanha reacionária de toda a imprensa capitalista e de políticos da direita e da esquerda cada vez mais conservadores a favor da repressão, os estudantes da USP arrastaram para a greve professores e funcionários da USP. E, ainda, reforçam, neste momento, a mobilização que trabalhadores da SABESP, Metrô e CPTM fazem contra as privatizações, com paralisação marcada par ao próximo dia 3.
Eles ganharam as ruas, enquanto a diretoria da UNE, que não estava lá com eles, ganhou espaço na Globo e em outros órgãos da imprensa golpista, para defenderem o seu programa de repressão da juventude.
Os estudantes de Medicina da Unisa, tiveram que ingressar na justiça para reivindicar o direito de defesa que lhes foi negado pela universidade que os expulsou, passando por cima até mesmo do devido processo legal, com o inusitado apoio de setores que dizem defender a “liberdade”, o “socialismo” e a até o “comunismo”, mas têm uma conduta digna da “santa inquisição”.
Na mesma semana, lideranças de importantes instituições do regime político, poucos dias depois de condenar ou apoiar a condenação de trabalhadores por protestos em Brasília (8/1), trataram de anunciar que está se processando um acordo para que chefes militares denunciados por terem participado de reuniões, no Palácio do Planalto, em que discutiram abertamente a realização de um novo golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula, não sejam sequer “importunados”, o que dirá processados ou condenados.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) chegou a anunciar publicamente que foi ao Ministério da Defesa “perguntar ao ministro, na condição de líder do Governo, se existe algum tipo de constrangimento” em convocar os militares para depor na inútil Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do golpe de 8 de janeiro.
A crise avança por todos os lados, cresce a pressão da direita (como se vê na aprovação do marco temporal pelo Senado), mas há sinais da juventude e dos trabalhadores da disposição e da necessidade de sair à luta e superarem as direções que se mostram cada vez mais covardes e conservadores.