No dia 27 último, durante sessão do Conselho de Segurança do organismo, Tor Wennesland, coordenador especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Processo de Paz no Oriente Médio, voltou a reiterar a ilegalidade dos assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados. Wennesland salientou a importância de encerrar a ocupação e solucionar o conflito rumo à “solução” de dois Estados. A bem da verdade, essa tal “solução” nunca passou de mera figura de retórica, pois nunca foi encontrada – até porque nunca houve qualquer esforço verdadeiramente sério nessa direção – qualquer solução para dar fim ao drama palestino, que há 70 anos convive com as botas, os fuzis e os tanques sionistas apontados para seus territórios.
Neste momento, o governo israelense intensifica suas ações ilegais nos territórios ocupados, em particular na Cisjordânia, onde os palestinos estão proibidos de erguerem novas construções; ou seja, não podem construir casas em local que lhes pertencem. Os planos em andamento dos colonos sionistas envolvem a construção de 6.300 unidades coloniais na chamada área C da Cisjordânia e 3.580 unidades em Jerusalém Oriental. Vale destacar que uma grande parte dos assentamentos foi estabelecida nos anos 1970, 80 e 90. Mas foi nos últimos 20 anos, que a população deles dobrou. O Estado israelense lhes oferece serviços, como água, eletricidade e proteção do Exército. Essas colônias estão dispersas também pelas demais áreas do território palestino.
A pergunta que fica, no entanto, é a seguinte: se, reconhecidamente, para a maioria dos países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU) os assentamentos nos territórios palestinos são ilegais e o próprio organismo internacional reconhece essa condição, porque Israel continua agindo impunemente na região, não somente ocupando terras que não lhes pertence, como realizando operações militares de invasão, destruição de casas, escolas, creches, hospitais, além do assassinato diário de palestinos, incluindo crianças, idosos e mulheres indefesas?
A resposta parece simples: Israel conta com a proteção e o apoio irrestrito do imperialismo mundial, destacadamente dos EUA, que destinam bilhões de dólares para que o regime nazifascista israelense dê continuidade ao massacre do povo palestino.
E a ONU, o que faz diante disso? Não parece ir muito além de estéreis condenações nas enfadonhas e inócuas sessões do seu Conselho de Segurança. Mas não é somente isso. A ONU sempre colocou uma venda nos olhos quando se trata de contrariar os interesses do imperialismo, sejam eles de que natureza for. Portanto, não passa de demagogia as condenações feitas das tribunas do organismo, que não têm qualquer efeito prático no sentido de fazer cessar o genocídio sionista contra a nação palestina.
Por sua vez, os palestinos não devem esperar por nenhuma solução vinda da diplomacia mundial, da ONU ou de qualquer outro organismo internacional, pois todos, de uma forma ou outra, respondem aos interesses dos capitalistas, dos poderosos, enfim, do imperialismo.