A principal empresa alemã de aviação mundial, Lufthansa, declarou à agência de notícias norte-americana Bloomberg que, para se tornar verde, seria necessário consumir metade de toda a produção de energia do país. Para a empresa, querosene sintético menos poluente consome muita energia.
Em uma conferência de aviação em Hamburgo, na Alemanha, o CEO, Carsten Sphor, afirmou: “Precisaríamos de cerca de metade da eletricidade da Alemanha para produzir combustíveis suficientes”. Para Sphor, os combustíveis sintéticos fabricados por meio de energia renovável representariam a melhor forma de descarbonizar a aviação. Entretanto, como o executivo frisou, a Alemanha não seria capaz de gerar eletricidade verde suficiente.
Segundo o indicado na conferência, os combustíveis sintéticos, como o querosene verde, derivado da água, são a única forma tecnicamente viável de descarbonizar as viagens aéreas, segundo os executivos da indústria da aviação. No entanto, o processo demanda quantidades enormes de eletricidade gerada a partir de recursos renováveis a fim de garantir a neutralidade de emissão de carbono.
Para “descabonizar” as viagens aéreas, a Alemanha depende de eletricidade importada, uma vez que não consegue mais através da energia gerada internamente.
A maior economia da União Europeia teve que aumentar as importações de eletricidade em 2023 depois que o governo decidiu encerrar as últimas centrais nucleares remanescentes no país a favor de energias renováveis.
Para acentuar ainda mais a crise, a Alemanha tem sofrido com a redução nas entregas de energia russas, que foram praticamente interrompidas depois que a União Europeia impôs sanções a Moscou, em 2022, em resposta ao conflito estabelecido na Ucrânia. É importante lembrar que, antes de 2022, a Alemanha dependia da Rússia em 40% do seu gás natural.
Os executivos da indústria de aviação alemã já sinalizam iminente escassez de eletricidade que pode colocar em perigo a competitividade da Alemanha como centro industrial.
Há pelo menos dois fatores silenciados no debate sobre “energia verde”. O primeiro está relacionado ao fato de que a ideia de “energia verde” se sustenta em um discurso farsante que esconde o fato de que ele só serve para evitar o desenvolvimento dos países periféricos. Ou seja, os países ricos não querem que os pobres explorem seu petróleo para que eles, os ricos, o explorem. Já o segundo diz respeito ao fato de que nem os países ricos têm condições de implementar a dita “energia verde”. Os EUA, por exemplo, não podem abrir mão do petróleo que produzem e refinam.
Nesse sentido, o caso revela que a ideologia por trás do chamado “ambientalismo” é uma farsa. Na prática, os países imperialistas já sabem que não conseguirão atingir as metas absurdas que eles impõem sobre os países pobres. É um verdadeiro engana trouxa que só traz mais pobreza e miséria à classe operária dos países oprimidos.