Uma disputa territorial de longa data entre a Venezuela e a Guiana por uma região rica em petróleo conhecida como Essequibo tem recebido uma nova e preocupante atenção, à medida que os Estados Unidos planejam militarizar a área, provocando tensões internacionais e preocupações com a soberania venezuelana.
A Guiana Essequiba, uma extensa área situada entre o rio Cuyuni e o rio Essequibo, é objeto de um conflito de mais de 200 anos entre a Venezuela e a Guiana. Embora formalmente parte do território da Guiana, a Venezuela reivindica a região desde 1966, quando assinou o Acordo de Genebra para buscar uma solução pacífica. Esta região é particularmente valiosa devido às vastas reservas de petróleo que ela abriga.
Nos últimos meses, a situação se intensificou com a revelação de que os Estados Unidos estão planejando militarizar a região de Essequibo. O objetivo declarado é estabelecer uma base militar na área, provocando críticas veementes do governo venezuelano.
O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, denunciou esses planos durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Ele alegou que os Estados Unidos estão usando a área como uma “ponta de lança de sua agressão contra a Venezuela” e buscam apreender os recursos energéticos do país. Gil também mencionou que o Parlamento venezuelano aprovou um referendo para proteger seu território soberano contra a agressão dos EUA.
A disputa por Essequibo remonta a 1834, quando Robert Hermann Schomburgk traçou uma linha fronteiriça entre a Venezuela e a Guiana Britânica, dando origem à famosa “Linha de Schomburgk”. Em 1899, um tribunal internacional conhecido como Laudo Arbitral de Paris concedeu a maior parte da região disputada à Grã-Bretanha, hoje Guiana. A Venezuela, no entanto, nunca aceitou totalmente esse acordo e reivindicou a nulidade do tratado décadas depois, alegando irregularidades.
As tensões recentes foram exacerbadas em 2018, quando a Guiana entrou com uma ação no Tribunal Internacional de Justiça, buscando o reconhecimento legal da decisão de 1899. Isso levou a um aumento nas hostilidades, incluindo a incursão de militares venezuelanos em águas territoriais disputadas em 2007.
Enquanto a Venezuela insiste na negociação direta para resolver a disputa territorial, a Guiana prefere uma solução mediada pela Assembleia Geral da ONU, pelo Conselho de Segurança ou pelo Tribunal Internacional de Justiça. No entanto, as ações dos Estados Unidos de militarizar a região têm gerado preocupações quanto à possibilidade de um conflito armado na área.
A disputa territorial entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo é um conflito de longa data que ganhou destaque internacional devido aos planos dos Estados Unidos de militarizar a área. A Venezuela continua a buscar uma solução pacífica para a questão, enquanto a Guiana busca o reconhecimento legal da decisão de 1899. A situação revela uma escalada das tensões na região, que abriga valiosos recursos energéticos, com a intenção dos EUA de roubar o petróleo do país.
No dia 20 passado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, utilizou sua conta no X (antigo Twitter) para acusar os Estados Unidos de tentarem controlar a região de Essequibo por meio da empresa petrolífera ExxonMobil e do Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas (USSOUTHCOM). Essa afirmação de Maduro surgiu em resposta a um tuíte de um membro da Secretaria de Estado dos EUA, que reforçou o domínio da Guiana sobre essa área.
Maduro declarou enfaticamente: “Repudiamos com veemência a ingerência desrespeitosa dos Estados Unidos, que, por meio da ExxonMobil e do Comando Sul, manipularam e corromperam políticos submissos na Guiana, gradualmente transformando essa nação em uma mera colônia. Trata-se de uma conspiração inaceitável, cujo objetivo é privar-nos dos direitos territoriais que pertencem ao povo venezuelano. Podem ter certeza de que a verdade triunfará sobre essas pretensões sombrias, e a Venezuela de Bolívar sairá vitoriosa!”