O jornal golpista Estado de S.Paulo publicou nesta semana um editorial propondo uma “reforma” na educação brasileira. O editorial afirma que se deve levar em conta a “importância da educação para o crescimento, a inclusão social e uma democracia vibrante”, e classifica de forma cínica o ensino nacional como “sofrível”.
O artigo faz toda uma análise em relação ao funcionamento do ensino brasileira. Destaca que o Brasil está muito aquém, segundo pesquisas mundiais, na produção científica, em matemática, leitura entro outras ciências e ainda relembra, de forma demagógica, as enormes diferenças sociais que existem entre o ensino básico público para o ensino superior, onde o primeiro é de pouco investimento e o segundo, com maior investimento é em grande parte ocupado apenas por pessoas de maior renda, enquanto os mais pobres ficam de fora.
Contudo, apesar de todos estes fatos, o que o preocupado editorial do Estadão propõe? Privatizar a educação.
Seguindo a linha do mesmo jornal que apoiou o golpe de Estado e defende o imperialismo no País, o Estadão lançou-se na campanha do que ele chama ser uma educação “plural”. Segundo o jornal, “o Brasil entendeu que serviço ‘público’ não é sinônimo de serviço ‘estatal'” e seria, então, necessário colocar a iniciativa privada para também comandar as escolas públicas.
A proposta ainda relembra a atividade criminosa feita no SUS, onde com a destruição do sistema estatal de saúde, grande parte das consultas, exames e operações pelo SUS, são terceirizados para a iniciativa privada, gerando enormes lucros para o lobby farmacêutico.
“A crise da educação básica, diga-se, é uma crise do ensino público. Alunos de escolas privadas têm desempenho similar ao dos norte-americanos”, afirma o jornal golpista.
Esquece-se no entanto, que a situação da escola pública brasileira é o desta forma devido a anos de política neoliberal, de cortes de recursos e total destruição dos servidos públicos nacionais. Uma campanha que o Estadão impulsona até hoje.
Levada a sério essa proposta acabaria com o ensino público. Além disso, ao comparar a educação brasileira com a norte-americana, é possível ver o nível que chega o jornal da burguesia. A educação norte-americana, tratada como um modelo pelo Estadão, é na realidade uma das piores entre os países desenvolvidos. Apenas em comparação aos países atrasados, sobretudo os devastados pela política neoliberal, onde esta educação pode parecer minimamente superior.
Na prática, o Estadão vai na contramão daquilo que de fato representa uma alternativa para o ensino público brasileiro. É preciso defender o fim do ensino privado e promover o ensino público, 100% estatal e gratuito.
“O País precisa debater uma melhor distribuição de recursos do ensino superior para o básico”, descreve o jornal. No entanto um dos motivos que isso não ocorre é o favorecimento justamente à iniciativa privada.
Desde o golpe de 2016, está em marcha no País uma forma de privatizar todo o ensino, o próprio teto de gastos de Temer serviu para acabar com qualquer investimento na educação.
Mesmo as universidades, tidas como um modelo de maior investimento, estão sendo completamente destruídas a partir do golpe de Estado. É preciso não apenas ir contra a proposta neoliberal do Estadão, de destruição do ensino, mas defender uma verdadeira escola pública, 100% gratuita e estatal.