Em seu discurso na 78º Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Lula criticou o bloqueio econômico e financeiro a Cuba, a ineficácia do Conselho de Segurança da ONU e denunciou o belicismo e a desigualdade. Mas um ponto do discurso muito significativo para nós foi a defesa do Jornalista Julian Assange, preso arbitrariamente na Inglaterra por anos.
Conforme o presidente Lula, no tradicional discurso de abertura da Assembleia da ONU:
“É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista, como Julian Assange, não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima. Nossa luta é contra a desinformação e os crimes cibernéticos.”
A prisão arbitrária e ilegal do jornalista Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi o caso mais notável e tenebroso em tempos recentes, da tentativa de encobrir a verdade e reprimir quem divulga fatos de interesse público. Assange está preso na Inglaterra e corre o risco de ser extraditado para os EUA, onde certamente seria condenado à morte ou à prisão perpétua. Seu crime foi divulgar fatos relevantes de interesse público e geral, ou seja, Assange está preso por fazer jornalismo. As informações divulgadas pelo WikiLeaks foram obtidas por um ex agente da NSA – National Security Agency – Agência Nacional de Segurança, órgão vinculado ao Departamento de Estado norte americano. Os arquivos revelaram uma série infindável de crimes contra a humanidade cometidos pelas forças armadas e pelas agências de espionagem (CIA e outras) e seus associados pelo mundo; tortura, assassinatos, massacres, golpes de estado, entre outras delicadezas, foram reveladas, comprometendo a legitimidade e a moral dos EUA.
A liberdade de pensamento e de sua expressão está sob forte ataque em muitas partes do planeta. A plena liberdade de expressão e de informação são direitos fundamentais dos seres humanos e pilares das democracias modernas. Sem esses direitos básicos fica muito mais difícil para os trabalhadores lutarem por sua libertação, por seus interesses verdadeiros que confrontam os privilégios e a dominação da burguesia e do imperialismo.
O imperialismo agonizante não pode mais conviver com a verdade, ou com fatos expostos, como carne viva. A dominação ideológica do capitalismo sobre os países oprimidos, da burguesia sobre a classe trabalhadora, se vê ameaçada pela rapidez da comunicação que a internet possibilitou no mundo contemporâneo. Daí resultam as diversas iniciativas de coibir ou limitar a liberdade de expressão, no “mundo livre” ou nas “democracias ocidentais”.
É preciso intensificar a denúncia e a campanha pela libertação do Jornalista Julian Assange aqui no Brasil e em todo o mundo. Qualquer tentativa de calar ou limitar o livre direito de expressão e de informação deve ser fortemente repudiada por todo ser humano com sentido de decência e de justiça.