Os planos econômicos neoliberais aprofundaram a miséria e agravaram a crise para a classe trabalhadora. Nos últimos governos (Michel Temer e Bolsonaro) foram despejados várias medidas sobre os ombros dos trabalhadores para transferir a crise econômica, causada por eles mesmos. Na verdade, foram planos que, disfarçadamente, serviram como manobras para transferir recursos do salário e das áreas sociais para banqueiros, latifundiários, montadoras, grandes capitalistas, inclusive para que esses governos honrassem os seus compromissos com a eterna dívida pública, havendo uma completa fidelidade para com os capitalistas nacionais e internacionais. Esta política levou à formação de uma legião de dezenas de milhões de indigentes e ao rebaixamento dos salários da maioria da população.
Nesse sentido, a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, Bancários em Luta, considera de fundamental importância a realização de um amplo debate na categoria sobre a situação em que os bancários estão colocados e quais as perspectivas que a categoria deve ter pela frente.
É de extrema importância discutir profundamente com todo o ativismo as tarefas necessárias para o próximo período, para superar os obstáculos que estão impedindo as diversas lutas da categoria de saírem vitoriosas.
Entendemos que a limitação fundamental que se coloca, para o movimento bancário nacional é a total falta de compreensão da atual etapa da crise capitalista, e o seu agravamento em todo o mundo. Diante dos acontecimentos da maior importância, como a derrota dos EUA no Afeganistão e na Síria, e as enormes dificuldades da OTAN/Ucrânia, que tem com uma de suas principais consequências a aceleração da degradação econômica na Europa, ao mesmo tempo que o verdadeiro levante dos vários países africanos contra a dominação da França e outros, aponta na direção da obrigatória reversão da política neoliberal que o imperialismo impôs ao mundo nos últimos anos.
O motor de toda essa situação é a situação de caos da economia capitalista, marcada pelo gigantesco excedente produtivo, diante da capacidade decrescente de consumo da maioria da população, diante do rebaixamento salarial, aumento do desemprego, etc.
Toda essa crise tende a levar a uma reversão da política neoliberal, das últimas décadas, e abre as portas para dar lugar (e em certa medida já vem acontecendo) a uma nova etapa: passando de uma política de arrocho salarial, desemprego em massa e especulação a uma política de produção, de medidas emergenciais diante da crise e a uma tendência inflacionária.
Já há muitos sinais de uma tendência de reação da classe trabalhadora. No Brasil, estão pipocando diversas manifestações populares e greves de diversas categorias, como metroviários, rodoviários, servidores públicos, etc., como são manifestações isoladas tem-se a sensação de que não está acontecendo nada, que a situação está paralisada, mas é um cenário falso, elas apontam na direção oposta do que realmente está acontecendo, das tendências que se desenvolvem, numa alta velocidade.
E é nesse sentido que a Corrente Sindical Nacional Causa Operária está convocando, para os dias 14 e 15 de outubro próximo, a sua II Conferência Nacional para ser feito um amplo debate sobre a crise capitalista, a situação política, a crise da burocracia e a luta por uma nova direção classista para o movimento dos trabalhadores.
É preciso debater e tirar um plano de lutas no sentido de superar a política das atuais direções sindicais, que consiste em colocar em primeiro lugar a defesa do regime democrático burguês vigente e, dessa forma, não organizam de fato uma luta consequente contra nossos exploradores.