Nessa terça-feira (12), a direção do Sindicato dos Bancários de Brasília iniciou uma série de atividades, nas praças, nas agências e departamentos bancários, cujo objetivo é lutar contra a medida da direção do Banco do Brasil de criar mais uma ferramenta de controle da produtividade dos seus funcionários.
Se trata do “#jogajuntoBB”, cujo objetivo é de criar dispositivos de reconhecimento como indicador de desempenho.
Essa famigerada ferramenta é uma espécie de jogo que tenta, de forma lúdica, induzir o trabalhador a cumprir metas de vendas de produtos bancários.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, “…o engajamento psíquico e emocional dos funcionários, seja pelas promessas falaciosas de satisfação pena das suas necessidades, seja pela ameaça e medo de ser punido. O caráter “lúdico” da competição produz a falácia: ‘Nessa organização somos todos uma família’. A organização passa a funcionar como um ‘jardim de infância’. Isso ocorre considerando que é na organização onde se satisfazem necessidades, que variam desde a sobrevivência até a realização de projetos de vida, que se viabilizam pelos salários, identidade e realização profissional. Para atender a essas necessidades, as organizações criam estratégias que servem para manter o vínculo cada vez mais afetivo das pessoas coma organização, o que pode levar a comportamentos infantis de dependência, recusa à crítica, resistência à mudança, competição, personalização das relações de trabalho e egocentrismo”, e continua: “O grupo que entra no jogo talvez seja mobilizado por este afeto ou identidade. Mas todos têm que jogar, logo não tem saída? Todos serão infantilizados e neurotizados? E os que não entram no jogo? Não é voluntária a participação? Falácia… os que não entram ou não conseguem atender estas regras são eliminados. E o que acontece com eles? Não interessa ao Banco, interessa a nós, é a saúde mental e social que está em jogo. E como é estabelecido o laço social entre os competidores? Teria ainda laço? Seria a barbárie? Trabalhadores disputando com trabalhadores da mesma categoria… Este sim é um forte interesse político com este tipo de dispositivo: desestruturar os coletivos de trabalho, criar isolamento e assimetria de poder, enfraquecer a força de trabalho….”. (Site bancariosdf 04/07/2023)
“Estamos nas ruas dialogando com os bancários e com a população para dizer que a vida está acima do lucro e que o assédio pode matar”, destacou a secretária de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira. (Site bancáriosdf 12/09/2023
“As doenças mentais têm aumentado muito entre a categoria bancária, uma das que têm o mais alto índice de suicídio, tudo em função da ganância dos bancos que, cada vez mais, aumentam a pressão e cobrança por metas. Por isso, estamos na rua para alertar o bancário e a população em geral sobre a importância dos cuidados com sua saúde mental, além de se informar sobre os seus direitos e as leis trabalhistas”, comentou o secretário-geral do Sindicato, Antônio Abdan. (idem)
E é nesse sentido o Sindicato da categoria, uma espécie de espelho que reflete o total descontentamento dos trabalhadores bancários, saiu em campo para lutar contra mais um método reacionário da direção do banco de introduzir um instrumento de controle de produtividade.