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Uma farsa fabricada pelos EUA

Dizer que Brasil é “inimigo dos LGBTs”: é um ataque ao País

A ideia muito difundida de que o Brasil seria o país mais hostil do mundo contra os LGBT é mais uma campanha identitária que procura enquadrar a população brasileira

O identitarismo tem como uma de suas principais facetas a substituição da luta política séria e consequente por uma espécie de “luta” moral, que se utiliza de aparatos jurídicos e policiais para intimidar a população, o método oposto do método defendido pela esquerda revolucionária, que procura agir por meio da luta política e do convencimento das massas e da população em geral.

Esse tipo de raciocínio conduz também a um julgamento moral de todo um país, o que retira da burguesia, dos capitalistas e do imperialismo a responsabilidade pelas mazelas do povo, além de procurar desviar a atenção de problemas verdadeiros da sociedade para defender uma luta imaginária contra um “mal” moral que é impossível de combater sem implantar uma ditadura e uma polícia do pensamento no país.

Isso é visto no caso da matéria publicada no jornal Brasil de Fato e assinada por Xaman Minillo e José Luiz Luna, com o título “Mais do que crime, LGBTfobia constitui o Brasil”. Os autores procuram demonstrar, através de uma argumentação repleta de falsificações e de julgamentos morais, que todos no país têm preconceito contra homossexuais e seriam “assassinos de gays” em potencial.

A matéria já começa com uma informação extremamente duvidosa, de que o Brasil seria “a sociedade que mais mata LGBTQIAP+ do mundo”. Segundo os autores do texto, teriam ocorridos 228 mortes relacionadas ao preconceito contra LGBT no Brasil. No entanto, esses números são tendenciosos e difíceis de confiar, afinal não é tão simples assim caracterizar os motivos de um assassinato. Além disso, não é tão comum ver no Brasil notícias como a de 2022, em que um atirador entrou em um bar LGBT em Colorado Springs, no estado do Colorado nos EUA, e matou 5 pessoas. Um caso semelhante ocorreu em Oslo, capital da Noruega, no mesmo ano. No Brasil, esses assassinatos ocorrem de forma mais misteriosa, aparentemente.

Os autores defendem que, embora a medida de equiparar o preconceito contra LGBTs com a injúria racial, crime que poderá ser punido com até 5 anos de prisão, já seja um avanço, ainda falta muito para se enfrentar o que eles chamam de uma “violência estrutural, social, econômica e política” que acometeria os LGBT todos os dias no Brasil. É preciso ressaltar que esse discurso já abre precedente para outros tipos de punição a serem impostos pela lei brasileira, relacionados com as tais violências.

Primeiro que a palavra “violência” aqui é banalizada para procurar retratar uma sociedade que não existe verdadeiramente. Os autores consideram que o povo brasileiro seria hostil aos LGBT em todas as esferas da sociedade, o que passa longe de ser verdade. Embora não se possa negar que haja preconceito no Brasil, não há nenhum tipo específico de opressão específica por parte da população contra esses setores. Há casos esporádicos protagonizados por certos grupos de extrema-direita, mas não dá para dizer que estes sejam “estruturais” no país.

A violência contra a classe trabalhadora e contra os negros, no entanto, é algo corriqueiro e comprovado, e esta violência é imposta pelas mãos de agentes do Estado. Todos os anos, há notícias de massacres promovidos pela Polícia nas comunidades e favelas do país. Muitas vezes, setores LGBT que podem estar em meio a essas comunidades e que sejam provenientes dessas classes sociais podem acabar sendo vitimados pela violência policial, mas isso não quer dizer que essa violência ocorra por um preconceito contra a homossexualidade, mas sim que a Polícia está fazendo o que sempre fez: matar os mais pobres.

A defesa da medida ditatorial do STF de “inventar” uma lei (algo que definitivamente não deveria ser uma atribuição do Supremo) para botar na cadeia pessoas que fizerem comentários que possam ser considerados homofóbicos por algum juiz, é uma defesa da censura e do fim da liberdade de expressão no Brasil. Trata-se de um dos princípios do identitarismo: o povo precisa ter a mesma opinião que os identitários, caso contrário, ele merece ser encarcerado. Essa lei é tão reacionária e tão criminosa que foi apoiada, inclusive, pelos juízes bolsonaristas do STF. Também não se ouviu nenhuma reclamação de ninguém no Congresso Nacional sobre isso.

A campanha de que todos no Brasil seriam homofóbicos e cometedores de “violências” contra os homossexuais é um ataque direcionado à população brasileira. Da forma como é colocada a questão, fica evidente que não é uma crítica ao governo, às leis ou à estrutura política do país. Trata-se de uma colocação que procura retratar o povo brasileiro sob uma luz extremamente negativa, é uma campanha contra o país, baseada em números nada confiáveis. A afirmação só poderia vir de pessoas loucas, que estão tão encantadas pelo canto da sereia do imperialismo, que desenvolveram uma visão distorcida e totalmente negativa de seu próprio país. Seria preciso perguntar se essas pessoas se incluem nessa categorização, se elas seriam também homofóbicas e potenciais assassinas de gays?

A campanha do identitarismo, importada das universidades norte-americanas e de outros países imperialistas como a França, tem como premissa o ataque a todos os países atrasados. O Brasil, de repente, se tornou o país mais hostil do planeta aos homossexuais, o que é uma grande farsa. Tudo isso é para atacar o país e torná-lo mais propenso à ofensiva do imperialismo.

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