Na tarde de ontem (13), professores organizaram uma manifestação para denunciar as perseguições ao corpo docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O caso mais dramático é o de Évson Malaquias, Professor Titular do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional (DAEPE) do Centro de Educação da UFPE.
Malaquias, que organizou uma aula pública durante a manifestação, está há dois meses sem salário. A punição é apenas parte de uma série de sanções que vêm sendo aplicadas pela burocracia da Universidade há dois anos.
Tudo começou quando Évson Malaquias decidiu questionar o nome do auditório do Centro de Educação, que carrega uma homenagem a Carlos Maciel, um homem da ditadura militar, O professor tentou mobilizar a comunidade acadêmica para mudar o nome do auditório e, desde aí, vem sofrendo sindicâncias e processos administrativos.

Conforme denunciado pelo próprio Évson, os processos são “kafkianos”, completamente injustificados. O professor apelidou sua sindicância de “Lava Jato da UFPE”, dado o fato de que, assim como no caso da operação que levou Lula à cadeia, a defesa de Lula não teve acesso a várias partes do processo.
A professora Karina Valença, que também pertence ao Centro de Educação, foi vítima de um processo administrativo recente. Ela esteve no ato e denunciou a “onda de perseguições” na Universidade. A nosso Diário, Karina explicou, indignada, que foi processada por “calúnia e difamação” por suas críticas ao departamento do qual faz parte. “Desde quando a universidade chora, fica ofendida, para ser caluniada?”.
O Partido da Causa Operária participou da manifestação.

Em seu discurso, Évson Malaquias agradeceu especialmente ao Partido. O professor lembrou que o PCO colocou seus órgãos de imprensa parceiros à disposição e repercutiu as denúncias de Évson em um momento “difícil, de isolamento”. Évson Malaquias foi entrevistado pela Rádio Causa Operária e pela Rádio Curitiba em duas oportunidades. Em uma delas, a burocracia da UFPE extraiu trechos para incluir nos processos contra o professor, acusando-o de expor os processos internos ao público.
Representando o PCO, Victor Assis creditou a perseguição a Évson ao golpe de Estado de 2016. “Desde então, o regime político vem se fechando cada vez mais”. O militante do PCO destacou que a esquerda não pode compactuar com a censura sob nenhum pretexto e que era necessário mobilizar os estudantes e professores pelo fim das perseguições.


