Já falamos aqui sobre o espetáculo lamentável de Jean Wyllys que avacalhou publicamente o PT, militantes do partido e particularmente Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação do governo Lula.
Wyllys chegou ontem ao PT. Para sermos justos, Wyllys chegou ontem na esquerda, se é que podemos chama-lo de esquerda. Wyllys aproveitou a fama adquirida no deplorável programa global Big Brother Brasil para se eleger deputado. O PSOL aproveitou a fama global de Wyllys para ter um deputado.
Mas Wyllys é mais ele. Um individualista, um oportunista que procura galgar algum ganho. Ele ficou irritado porque Paulo Pimenta, segundo ele, teria sabotado a indicação para trabalhar na Secom. O que Pimenta fez não sabemos, o que sabemos é que a atitude de Wyllys de sair atirando publicamente os militantes do PT é deplorável. Chamou até mesmo de gado, mostrando que ele é um direitista que despreza a esquerda.
A companheira Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, que diferentemente do individualista Wyllys está preocupada com o partido dela, saiu publicamente para tentar colocar panos quentes no conflito.
Infelizmente, Gleisi acabou se equivocando ao falar sobre o caso no X (antigo Twitter):
“O maior patrimônio do PT é nossa militância. Ativa, participativa, inquieta e crítica. Desde sempre. Não se move por comandos de ódio nem por obediência cega, mas por sua compreensão política e transformadora da realidade. É a militância que nos leva adiante.”
Até aí, tudo bem. Gleisi valoriza a militância de seu partido. Apesar das colocações genéricas, ela não quer que a ferida exposta por Wyllys fique ainda mais aberta. Mas ela continua:
“Até quem critica afirmações dele [Jean Wyllys] tem de reconhecer seu valor no enfrentamento ao preconceito, à discriminação e ao arbítrio. Reconhecer sua atuação corajosa no enfrentamento a Bolsonaro, durante o golpe contra Dilma e na campanha pela eleição de Lula.”
Aqui é que está o problema. Na realidade, é impossível reconhecer que Wyllys teve alguma coragem ao enfrentar Bolsonaro. Se é que a palavra enfrentar pode ser usada nesse caso. Wyllys, diante da primeira ameaça, saiu do Brasil, abandonou tudo, abandonou aqueles que ele dizia defender.
Saiu do País e como ele mesmo admitiu em cartas publicadas com outra “exilada”, Márcia Tiburi, recebeu uma bolsa da open Society do magnata George Soros, enquanto curtia seu exílio na Europa.
Não, a atuação de Wyllys não foi corajosa. Foi a ação de um verdadeiro covarde, do mesmo individualismo que ele demostra agora ao avacalhar publicamente seu partido por causa de um cargo que ele não recebeu.
Durante o golpe contra Dilma, seu partido na época, o PSOL, tinha a posição mais dúbia na luta contra o golpe. Tão dúbia que uns defendiam o golpe abertamente, outros defendiam o golpe envergonhadamente, outros falavam contra o golpe, mas não conseguiam fazer nada. O máximo que o PSOL de Jean Wyllys fez foi votar contra o impeachment de Dilma.
Não é uma briga à toa. Os militantes do PT que corretamente criticaram a postura de Jean Wyllys estão defendendo o seu partido e eles têm todo o direito de fazer isso.
Ser “capaz de discernir quem são nossos aliados e quem são os verdadeiros adversários”, como afirma Gleisi, passa também por saber quem são os falsos amigos.