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Folha, Globo, Ford...

O que é o “pacto da branquitude”?

Se há algum "pacto da branquitude" ele é formado pela grande burguesia, dona de jornais como a Folha de S. Paulo, que faz a campanha cínica por uma "mulher negra no STF"

No último dia 8 de setembro, um colunista do UOL/Folha d S. Paulo, chamado André Santana, saiu em defesa de Gregório Duvivier, com o artigo: “Ataque a Duvivier por defesa de negra no STF reforça pacto da branquitude”.

No texto, o funcionário da Folha de S. Paulo tenta explicar que as críticas contra Duvivier são algum complô de pessoas que não veem importância na discussão sobre a opressão da mulher negra e querem manter as coisas como estão. Diz ele:

“No Brasil, há um ‘mau-caratismo’, disfarçado de inocentes boas intenções, em achar que é possível ser antirracista, sem defender que negros e negras tenham acesso aos espaços de direitos e oportunidades garantidos aos demais cidadãos.”

O colunista da Folha de S. Paulo quer explicar para a esquerda o que é ser anti-racista. Normalmente os identitários usam a ideia besta de “lugar de fala” para calar o adversário, defendendo que apenas “negros podem falar de negros”, “mulheres podem falar de mulheres” e assim por diante. Se levássemos a sério essa lógica besta, deveríamos dizer: “quem ganha para ser colunista da Folha não tem ‘lugar de fala’ para dar opinião sobre anti-racismo”.

Mas esse não é o cerne do problema. A questão é que, como fazem os identitários, eles querem esconder sua política reacionária de trás de uma falsa luta a favor dos oprimidos. Nesse sentido, defender uma mulher negra no STF, como fez Duvivier, não é luta por direitos das mulheres negras. É mera demagogia e oportunismo, mais especificamente, não passa de uma luta por cargos. É pura e simplesmente isso.

Discutir essa campanha não tem nada a ver com ser ou não ser anti-racista. Nem é essa a discussão que está colocada nas críticas que vários setores da esquerda fizeram a Duvivier.

O colunista da Folha fala isso para escamotear o debate:

“o rótulo do ‘identitarismo’ esconde ataques a movimentos sociais que lutam por direitos fundamentais de grupos historicamente discriminados, injustamente acusados de fomentar problemas em vez de serem vistos como formuladores de soluções.”

O que ele chama de “rótulo” é, na verdade, um conjunto de ideias que formam uma ideologia comum que se convencionou chamar de identitarismo. É a ideologia que acredita que o problema da raça, do sexo, da opção sexual são decisivos na sociedade, não as classes sociais, e mais, que só seria possível mudar a sociedade, mudando a cultura e os costumes, não travando uma luta política que altere a estrutura econômica da sociedade.

Por isso os identitários, assim como Duvivier e o colunista do UOL, acreditam ser muito importante uma mulher negra num cargo de um dos órgãos mais repressivos do país e que essa ação, que ninguém poderia negar ser simbólica, teria o poder de mudar alguma coisa na sociedade. Alguém precisa explicar para o colunista do UOL que com ou sem mulher negra no STF, a situação da mulher negra no Brasil vai continuar sendo a pior possível.

Explicado isso, é preciso deixar claro que as críticas ao identitarismo não têm absolutamente nada a ver com críticas aos movimentos sociais. Movimentos que lutam por direitos reais existem há muito tempo, o identitarismo é uma ideologia imperialista, difundida pela burguesia, e que não tem nada a ver com luta por direitos.

Ao defender Gregório Duvivier, o colunista da Folha critica a posição do PCO: “No X, antigo Twitter, em resposta à cobrança do comediante, o PCO (Partido da Causa Operária) comentou: ‘Gregório Duvivier, que liderou a pressão identitária contra a indicação de Zanin, agora chantageia o presidente para indicar alguém submisso ao imperialismo para a próxima vaga do STF'”.

Além de criticar a posição do PCO, ele usa como exemplo outros comentários de gente de esquerda sobre o que falou Gregório Duvivier. Para eles, todos os que se posicionam contra o que defendeu Duvivier seriam defensores do “pacto da branquitude”.

O colunista afirma que identitarismo é apenas um “rótulo”. A própria ideia de “pacto da branquitude” é tipicamente identitária. Significa dizer que haveria não a luta de classes, mas um complô de negros contra brancos. A sociedade seria, então, dividida entre negros (que podem ser pobres ou ricos) e brancos (que podem ser ricos e pobres). É uma idiotice completa.

Mas se o colunista do UOL assim o quiser, podemos explicar para ele o que é o real “pacto da branquitude”, já que ele gosta desse termo.

O “pacto da branquitude” é quando juntamos a Folha de S. Paulo, onde o colunista escreve, a Globo, o Estado de S. Paulo, os bancos como o Itaú e o Mercado Pago, a Ford e poderíamos acrescentar várias outras mega empresas que mandam no Brasil. Esse pacto é formado em sua esmagadora maioria por homens brancos, norte-americanos e europeus, é a burguesia!

O verdadeiro “pacto da branquitude”, é o pacto que deu o golpe de 2016, que entre outras coisas colocou Bolsonaro no poder e devastou o País.

Esse é o pacto que apoiou e deu sustentação ao golpe militar de 1964, cuja Folha fornecia seus carros para os torturadores.

Esse “pacto da branquitude” é o que esfola o povo brasileiro, negros, brancos, mulheres, homens, com juros astronômico. O colunista é funcionário de um jornal – é bom lembrar que o UOL é o portal da Folha de S. Paulo – que já virou propriedade de um banco, o PagBank, que está extorquindo uma quantidade enorme de pequenos comerciantes autônomos, ambulantes, trabalhadores, com juros estratosféricos.

Esse “pacto da branquitude” é tão canalha que até contrata meia dúzia de negros, mulheres e pseudo-esquerdistas para disfarçar sua putaria contra o povo brasileiro.

E esses contratados, a serviço desse verdadeiro “pacto da branquitude” que esfola o povo, vem atacar o PCO que não explora ninguém. Vem atacar militantes do PT que estão apenas fazendo um debate político contra os oportunistas tipo Duvivier que estão fazendo campanha aberta contra Lula.

Esse “pacto da branquitude” é quem quer a mulher negra no STF. É esse “pacto” que está financiando a propaganda internacional sobre esse tema. De onde vem esse dinheiro todo? Vem dos integrantes do “pacto da branquitude”.

O colunista da Folha/UOL chama de “mau-caráter” quem critica o funcionário da empresa norte-americana HBO. Se é para discutir mau-caratismo, qual o caráter de uma pessoa que trabalha para um jornal golpista, um jornal do “pacto da branquitude”, e vem cinicamente dizer o que a esquerda deve falar ou não?

Por fim, sejamos mais precisos: não é “pacto da branquitude”, melhor chamar de “pacto do genocídio mundial”.

Enquanto um negro é colunista assalariado desse “pacto”, enquanto eles fazem campanha por um cargo no STF, a população negra está comendo o pão que o diabo amassou no Brasil e no mundo.

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