Nesta semana realizaram-se, na região de Donbas, nas repúblicas independentes, eleições locais para escolher representantes para as províncias e o congresso. Sendo a primeira eleição desde a decisão de Vladmir Putin em apoiar a independência da região, antes parte do território ucraniano, o povo de Donbass foi às urnas escolher seus representantes.
Em uma eleição realizada sem maiores problemas, apesar dos recentes ataques promovidos por tropas da OTAN na região, o partido Rússia Unida, o mesmo do presidente russo Vladmir Putin, foi em larga maioria o vencedor das eleições. Com cerca de 75% dos votos, o partido liderou com folga a corrida eleitoral em todas as províncias locais.
As eleições também receberam convidados internacionais para acompanhar a votação e reforçar a legitimidade da independência de Donbas contra o massacre ucraniano, liderado pelas forças imperialistas da OTAN.
Um dos convidados, o deputado municipal de Coimbra, eleito pelo Partido Comunista Português (PCP), Manuel Pires da Rocha, afirmou que visitou o país para saber “o que se passa lá, aquilo que as pessoas sentem e aquilo que as pessoas estão a viver”.
“Uma coisa que consegui reter agora é que ninguém se habitua à guerra. A guerra é uma coisa terrível, mas aquelas pessoas vivem naquela situação de medo desde 2014. A situação com que estão a ser confrontadas tem de ter um fim político à vista, não pode ser de outra maneira”, declarou o deputado.
“O mais importante nas eleições é liberdade e vimos liberdade”, disse Manuel Pires da Rocha em uma entrevista em à agência de notícias de Donetsk (DNR). “Vimos a maneira como é que as pessoas votaram e as pessoas falaram conosco”, destacou.
A forma com que prosseguiu as eleições na região de Donbas revelam a farsa da campanha imperialista contra a Rússia e a iniciativa de Vladmir Putin. Segundo a imprensa atrelada aos interesses do imperialismo, Putin invadiu a Ucrânia para anexar à força e contra os interesses da população local parte do território do país. Putin teria agido como fazem os verdadeiros países imperialistas, invadindo um território, massacrando o povo local e impondo uma ditadura sob seu controle. No entanto, os desdobramentos da situação no Donbas revelam o completo oposto.
Desde o golpe de Estado dado pelo imperialismo em 2014, e com o início da guerra civil que dividiu o país na luta contra os golpistas, a região de Donbas, que conseguiu resistir ao novo regime ucraniano, vem sendo brutalmente massacrada pelas forças locais e sobretudo pela ação da OTAN. Por anos, o povo de Donbas buscou independência e travou uma dura luta contra o imperialismo para impedir a sua dominação. Foi com o início da operação militar russa em Donbas e com o prosseguimento da guerra contra a OTAN na Ucrânia, que o governo russo se colocou ao lado da independência da região, dando o apoio necessário ao povo local contra as forças golpistas do imperialismo.
Em meio à guerra, e em meio a dura campanha propagandística contra os russos, a popularidade do governo de Vladmir Putin apenas se fortalece na região ocupada. A votação expressiva da população de Donbas no partido da Rússia Unida, de Putin, é uma demonstração clara deste apoio.
Mesmo os visitantes internacionais, indicam que a eleição foi livre e com grande participação popular. Mais uma vez, desde o golpe na Ucrânia, a população de Donbas se colocada ao lado da Rússia na luta contra o imperialismo e por sua independência.
Estes dados são fundamentais para compreender a que de fato serve a intervenção russa na Ucrânia e que caminho leva esta guerra contra o imperialismo. A ação russa levantou um grande movimento internacional contra o imperialismo, deixou claro a fragilidade destes países que vem perdendo aos poucos controle da situação internacional, e impulsiona uma importante luta em Donbas.