Na semana passada, a 15ª Cúpula dos BRICS chegou ao seu desfecho em Joanesburgo, promovendo um marco histórico com a adição de seis novos países ao bloco: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia. Essa notável ampliação do grupo, a maior desde a sua criação em 2009, representa um marco histórico na trajetória dos BRICS e um passo importante em direção a uma maior cooperação entre os países atrasados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a magnitude dessa diversidade recentemente alcançada pelos BRICS, realçando que o bloco agora representa cerca de 35% do PIB global, quando medido pela paridade do poder de compra, e abriga aproximadamente 46% da população mundial. Lula afirmou: “Nossa diversidade fortalece a luta por uma nova ordem, que acomoda a pluralidade econômica, geográfica e política do século XXI”.
O BRICS surge agora como um grupo político e econômico que abrange uma vasta variedade de etnias, nacionalidades e religiões. A fotografia dos representantes no evento final da cúpula reflete essa multiplicidade. Não apenas isso, o evento também se destaca por apresentar uma presença notável de mulheres entre os participantes. Com a presença destacada da ex-presidente Dilma Roussef, atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento.
O irônico dessa situação é a notável ausência de discussão por parte dos “identitários”, aqueles que se concentram excessivamente na identidade e vivem enchendo o saco de todo mundo por conta disso. É intrigante notar que a presença da diversidade no encontro dos BRICS, especialmente em relação à representação da população negra, parece ter sido totalmente ignorada por esses grupos. Mesmo ao consultar plataformas conhecidas por abordar temas relacionados à população negra, como a Coalizão Negra por Direitos, Portal Geledés e Mundo Negro, assim também como os representantes do identitarismo no Brasil entre eles Djamila Ribeiro, Silvio Almeida, não encontrei nenhuma referência à significativa presença de negros na cúpula do BRICS.
Ou seja, quando se trata de eventos políticos de real interesse da população negra, dos oprimidos em geral, os identitários permanecem em silêncio. Se fosse alguma bobeira, como um desfile de moda com 100% de negros, uma mulher negra que se tornou milionária, ou qualquer outra situação nada importante, os identitários se manifestam; o silêncio destes grupos evidencia que o identitarismo é um movimento artificial, promovido pelo imperialismo e os seus princípios são hipócritas e pura demagogia com a luta do povo.