Nessa terça-feira (5), o Ministério Público entrou na justiça pedindo o afastamento da Torcida Organizada Força Flu, dos eventos esportivos em todo território nacional. O requerimento é para que membros e associados sejam afastados dos eventos esportivos por cinco anos e também impedidos de frequentar entorno de estádios em um raio de cinco quilômetros em dia de jogo.
O pedido é da 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte e está baseado em um relatório do BEPE (Batalhão Especial de Policiamento em Estádios). Um torcedor do Fluminense jogou uma pedra, que quebrou a janela do ônibus, com estilhaços acertando o atacante Carlos Alberto, sem gravidade. Além do banimento, a torcida também teria que pagar uma multa de 100 mil reais.
Este caso é mais uma prova do que este Diário vem denunciando há tempos, esse tipo de medida contra as torcidas organizadas é um método da burguesia para retirar dos estádios a população, é uma forma de elitizar o futebol no Brasil. Tem claramente o objetivo de fazer do futebol brasileiro um esporte da burguesia, retirando o caráter popular e tradicional que as disputas e os clubes tem em todo país.
Mas não é apenas isso. Ao atacar o direito de organização dos torcedores, a burguesia está atacando o direito de organização de toda a população. O que hoje acontece com as torcidas organizadas, vai acontecer com os sindicatos, movimento populares e partidos de esquerda.
O ataque ao futebol brasileiro se dá com esse e outros meios pelo imperialismo, através da justiça burguesa. Veja-se os casos que sofrem os jogadores no país. Quando um jogador brasileiro se destaca pelo craque que é, a imprensa sempre cai matando em cima do cara, a partir daí ele não pode fazer mais nada que desagrade os monopólios de comunicação, pois o lixamento para cima do cidadão é imenso, note o caso do Neymar, por exemplo.
Essa situação envolvendo a torcida organizada é mais uma de várias que estão acontecendo com outros clubes do Brasil. É claro que essa relacionada à torcida do fluminense tem um modo bem mais ditatorial e inclusive inconstitucional, imagina o torcedor ter que ficar cinco quilômetros longe do estádio em dia de jogo, é um absurdo completo, A medida estaria impedindo, de antemão, pessoas de frequentar determinados lugares como se fosse a época da segregação racial nos EUA, um ataque direto ao direito de ir e vir de todo cidadão.
Aqui também fica nossa crítica ao governo que assinou a Lei Geral do Esporte que entrou em vigor no início do ano, sancionada pelo atual presidente Lula. A lei 14597/2023, prevê banimento de torcidas por cinco anos. Portanto, ela abre a brecha para que qualquer juiz se utilize da lei para punir torcedores e torcida organizada quando lhes derem na telha. Ou seja, a LGE é uma verdadeira ditadura contra o futebol brasileiro.