Comprovando que São Paulo está sendo governada por loucos, a Secretaria de Educação do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), enviou às escolas paulistas um material digital supostamente educativo informando, entre outras coisas, que “Jânio Quadros, em 1961, quando era prefeito de São Paulo, emitiu um decreto vetando o uso de biquínis nas praias da cidade”. Ocorre que nem JQ era prefeito da capital paulista no ano em questão (seu mandato se encerrara em 1959) e naturalmente, nem a cidade de São Paulo tem praias.
Além das inovadoras “praias paulistanas”, o material apaixonadamente defendido pelo secretário de Educação, Renato Feder, traz ainda a informação de que Dom Pedro II assinara a Lei Áurea, encerrando oficialmente a escravidão no País (a lei em questão fora sancionada pela princesa Isabel, em meio à ausência do pai imperador). Além dos erros medonhos, uma matéria do jornal golpista Folha de S. Paulo aponta que “erros gramaticais, conceituais e metodológicos em todo o material produzido pela secretaria de Renato Feder” (“Gestão Tarcísio afasta professores por erros em material didático”, Isabela Palhares, 31/8/2023). A República dos memes, como era de se esperar, não perdoou as inacreditáveis maluquices presentes no material didático, produzindo sátiras que se proliferam na internet.
O Palácio do Bandeirantes anunciou afastamento de professores devido às falhas, suscitando críticas da presidente da Apeoesp (sindicato dos professores paulistas), Maria Izabel Noronha: “O secretário decidiu que iria produzir esse material e usá-lo no lugar de livros de verdade. Ele, o secretário, é que responsável por esses erros. Ele decidiu fazer o material de forma apressada e com profissionais que não têm essa experiência nem atribuição”, disse a dirigente sindical e deputada estadual pelo PT (idem).
