América do Sul

Crise no Equador tem novos episódios

Episódios de violência no Equador poderão ser utilizados pela direita, que quer entregar todo país aos interesses imperialistas

A crise no Equador é consequência das diversas políticas neoliberais que levaram o país ao desemprego, à fome, miséria e violência. A economia do país já é dolarizada desde o início dos anos 2000. Seu sistema financeiro vem se desregulamentando há décadas, consolidando crimes como o de lavagem de dinheiro, desenvolvimento do narcotráfico e, consequentemente, violência.

Às vésperas das eleições presidenciais, o candidato Fernando Villavicencio fora assassinado em campanha presidencial. Esse crime, que assombra a campanha política no Equador, ajuda os candidatos conservadores a angariar os votos de Villavicencio em detrimento da campanha de Luisa González, que é a candidata do socialista Rafael Correa.

“É provável que parte de seus votos, muito anticorreístas, migrem para o (Jan) Topić, do Partido Social Cristão, que assumiu um papel semelhante ao (Nayib) Bukele (presidente de El Salvador), de ‘Robocop’ contra a insegurança. Mas também podem migrar votos para Otto Sonnenholzner, jovem candidato da velha oligarquia de Guaiaquil, que rapidamente cresceu com um duro discurso anticorreísta”, afirmou o professor do Departamento de Estudos Políticos da Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais(Flacso).

Ainda é difícil prever o que irá acontecer no Equador. Segundo o historiador Pablo Ospina, da Universidade Simón Bolívar,

“Com um fato tão carente de precedente (o assassinato do candidato), é difícil prever o que pode ocorrer. De todo modo, é difícil supor que tudo isso possa favorecer a candidata do correísmo. A simpatia pela vítima e a carga emotiva estão fortemente ligadas ao fato de que Villavicencio era o inimigo mais frontal e declarado do correísmo na corrida eleitoral”.

Para Ospina, o agravamento da situação deve-se também aos governos de Lenín Moreno (2017-2021) e Guilhermo Lasso, os quais deterioraram o Estado equatoriano, deixando-o debilitado e incompetente.

Nessa quinta-feira, 31, mais um episódio agravou a crise no país. Presos de seis presídios mantêm 57 guardas penitenciários retidos. A ação é um protesto dos presos contra as operações das forças policiais.

Em nota, a entidade reguladora das penitenciárias (Snai) afirmou que “Este incidente seria uma resposta dos grupos criminosos às intervenções da força policial nos centros penitenciários do país, cujo propósito é a apreensão de objetos proibidos que são usados em atos violentos”.

A operação que estimulou a revolta foi a que fora em busca de armas, munições e explosivos em uma prisão na cidade de Latacunga, que fica no sul do país, onde desde 2021 já houve a morte de mais de 430 detentos em massacres.

A crise social continuará gigante no Equador. É resultado dos governos golpistas e neoliberais de Lenin Moreno. A violência, que é consequência das políticas desastrosas desses governos, poderá beneficiar a direita imperialista, contra a qual a esquerda deve se organizar, convocar sindicatos, organizar os partidos políticos e principalmente a classe operária para uma crise política e social que certamente terá como alvo as organizações operárias, as riquezas naturais (petróleo e gás) e a soberania do próprio do país. A crise no Equador pode ainda ser um espelho do que poderá acontecer em outros países da América se a esquerda continuar na inércia como está no atual contexto de violência e decadência do imperialismo.

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