Encerrada no último dia 24, na África do Sul, a reunião de cúpula BRICS – acrônimo que reúne as iniciais dos mais desenvolvidos países atrasados do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – antecedeu o golpe de Estado no Gabão, responsável por derrubar o presidente-fantoche do imperialismo no país, Ali Bongo Ondimba, preso desde o dia 30, seis dias após o término da reunião, portanto. É bem verdade que a queda de Ondimba aconteceu em meio a uma onda de insurreições no continente negro, porém, chama atenção o fato de ter ocorrido 31 dias após o levante do Níger e apenas seis dias depois da reunião na África do Sul.
Apesar das declarações diplomáticas enfadonhas, o fato é que o bloco deu grande demonstração de força, agrupando mais países – incluindo um grande expoente do chamado “Eixo do Mal”, o Irã -, o que pode trazer uma perspectiva de apoio às tendências de radicalização das forças nacionalistas africanas. Muito embora seja impreciso dizer se os BRICS estão impulsionando a onda de rebeliões, indubitavelmente a decisão de unir os povos dos países atrasados e se opor à ditadura global (mesmo que dentro das limitadas perspectivas do nacionalismo burguês), pode estimular mais nações a buscarem a libertação do jugo opressor do imperialismo.