Na quarta-feira desta semana (30), militares depuseram o presidente Ali Bongo, do Gabão, e instauraram um novo governo, declarando, com isso, o fim da “dinastia Bongo”. Prontamente, a França se pronunciou rechaçando o golpe, seguindo o mesmo roteiro dos levantes militares dos últimos anos na África.
Fato é que a economia francesa depende muito de suas ex-colônias no continente africano. E é por isso que o país europeu está tão preocupado com os acontecimentos na região, pressionando os países que ainda controla para intervirem, inclusive militarmente, na situação de países como o Níger e o Gabão.
Dados acerca dos recursos naturais gaboneses mostram o motivo dessa preocupação. O país possui a maior produtora de manganês do mundo, a mina Comilog, controlada pela empresa francesa Eramet. Esta anunciou, logo depois do golpe, a suspensão de suas operações na Comilog, que possui cerca de oito mil funcionários.
Para se ter noção da importância dessa extração para a França, 50% de todas as exportações francesas de manganês vêm do Gabão. Nesse sentido, o imperialismo francês depende e muito do país centro-africano, sofrendo um enorme prejuízo com o golpe gabonês.