Na última sexta-feira (25), o Papa Francisco deu um discurso diante de jovens católicos russos reunidos em São Petersburgo. Ao final de um discurso preparado em espanhol, ele improvisou em italiano e disse o seguinte:
Não esqueçam sua herança. Vocês são os herdeiros da grande Rússia, a grande Rússia dos santos, dos reis, a grande Rússia de Pedro, o Grande, de Catarina 2ª, o grande Império Russo, culto, tanta cultura, tanta humanidade. Vocês são os herdeiros da grande Mãe Rússia. Adiante!”, disse Francisco.
Frente a isso, o Kremlin, por meio de seu porta-voz, Dmitri Peskov, elogiou a fala do Papa, afirmando, nesta terça-feira (29), que “O pontífice conhece a história russa, e isso é muito bom. O que o Estado, grupos ativistas, escolas e professores universitários estão fazendo é lembrar nossa juventude dessa herança. O fato de o pontífice soar em uníssono com esses esforços é muito, muito gratificante”.
Do outro lado da guerra, a Ucrânia condenou a fala do pontífice:
“É precisamente essa propaganda imperialista, os laços espirituais e a necessidade de salvar a ‘Grande Mãe Rússia’ que o Kremlin usa para justificar a morte de milhares de ucranianos. É profundamente lamentável”, afirmou no Facebook o porta-voz da chancelaria em Kiev, Oleg Nikolenko.
O Vaticano já publicou uma nota dizendo que a colocação do Papa foi mal-interpretada, condenando, timidamente, a guerra. Fato é que a Rússia está travando uma guerra contra o imperialismo, que utiliza a Ucrânia como bucha de canhão. Algo que Nikolenko esconde em seu “protesto” contra Francisco.