Desde o início da guerra entre as forças da OTAN na Ucrânia e a Rússia, o imperialismo vem buscando a todo custo desestabilizar o regime comandado por Vladimir Putin. A pretensão de quebrar economicamente a Rússia e derrubar seu presidente levou a uma política criminosa de sanções e a uma pressão para que as empresas sediadas em países imperialistas deixassem o país eslavo.
No entanto, apesar da dura campanha contra a Rússia, dos embargos e da saída de mais de 70 empresas, além de diversos boicotes, a economia russa demonstra que está muito longe do colapso, sendo que a política nacionalista de fortalecimento da industria e de retirada do poderio do dólar sobre a economia local têm se mostrado decisivas.
Dentre as empresas que saíram, uma série de nomes conhecidos mundialmente se colocaram na campanha contra os russos. Envolvendo a área de energia e petróleo, a Shell anunciou já em março que estaria encerrando suas participações nas operações russas de petróleo e gás. Mesmo caminho seguido pela francesa TotalEnergies.
No terreno das industrias automotivas, fabricantes como a Ferrari suspenderam sua produção para o mercado russo, apesar de já não ter fábricas locais. O mesmo ocorreu com a empresa sueca Volvo, tanto na linha de carros como também de caminhões. A Renault decidiu por suspender de forma temporária as produções em suas fábricas em território russo. A empresa é responsável por cerca de um terço do mercado local, no entanto afirmou que sua suspensão devia a motivos de suprimentos para a produção. Mesma decisão foi tomada pela montadora japonesa Toyota, que paralisou a produção em sua única fábrica no país.
No campo da tecnologia e internet, empresas como Twitter, Google, Spotify, entre outras anunciaram uma política de boicote ao mercado consumidor russo, impedindo o livre acesso a determinadas plataformas no país.
O que chama a atenção é que apesar destas decisões que tendem a criar um impacto na economia russa e na vida da população local, não foram suficientes para gerar uma crise interna no país. O rublo, moeda russa, chegou até mesmo a sofrer um período de valorização no final de 2022, quando aproximava-se de um ano do início dos conflitos.
O regime russo decidiu tirar do controle do dólar as reservas econômicas do país, e não apenas isso como também ou estatizou ou colocou nas mãos de setores da burguesia local a tarefa de continuar a produção em diversas empresas paralisadas pela política do imperialismo.
Dessa maneira, o governo de Vladmir Putin, com o apoio de fundamentais aliados no campo econômico como a China, conseguiu driblar as sanções e manter ao mesmo tempo os altos custos de uma guerra.
Dessa maneira, a guerra na Ucrânia revela mais uma vez, sob outro ponto de vista, a fragilidade geral da política e do controle econômico do imperialismo em todo o mundo. A força russa demonstrada durante todo este último período, apesar de possuir uma economia muito mais pobre do que qualquer país imperialista, deixa claro a fragilidade destes países.