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15ª Cúpula

BRICS agora controlam quase metade da produção de petróleo

Diferente do que afirma a imprensa nacional e mesmo a imprensa da esquerda pequeno burguesa, não é somente a China que se beneficia desta expansão e sim todos os Estados envolvidos

Ao término da XV Cúpula do BRICS, realizado em Joanesburgo, Africa do Sul, foi anunciado que o bloco convidou a Argentina, a Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos (EAU) e o Irã a fazerem parte da organização a partir de janeiro de 2024. Tal expansão permitirá que o grupo controle quase metade da produção mundial de petróleo e fortaleça a sua posição de questionamento frente ao imperialismo e principalmente aos Estados Unidos da América no cenário mundial .

Assim de uma reunião inicial de quatro países, Brasil, Rússia, Índia e China em 2006, o grupo reunirá daqui a quatro meses onze estados com perspectivavas de novas adesões nos próximos anos.

O termo BRICs surgiu em um relatório de 2001 da empresa Goldman Sachs como estados que assumiriam um peso cada vez maior na economia mundial, mas, na realidade poderiam ser vistos como as grandes “vacas leiteiras de onde o imperialismo retira o seu lucro. Passados cinco anos estes estados começaram a promover reuniões como modo de atuar de modo coletivo no cenário internacional possibilitando uma política conjunta mais de negociação do que de enfrentamento ao imperialismo.

Em 2014, o grupo passou a ser chamado BRICS com a adesão da Africa do Sul (South Africa em inglês), realizando a sua primeira expansão e buscando uma maior legitimidade ampliando os continentes presentes na organização com a inclusão de um representante africano.

Nesta nova expansão surge um elemento fundamental. Quem poderá determinar os rumos do mercado mundial de combustíveis fósseis? Dos seis estados incluídos, três são grandes produtores e exportadores de petróleo. A Arábia Saudita, os EAU e o Irã.

Um relatório apresentado pela agência de noticias Info Tech, aqueles três somado ao Brasil e à Rússia possuiriam 39% do total das exportações mundias, ou 17,1 milhões de barris por dia.

O conjunto com as 11 nações será responsável aproximadamente por 47,6% da produção total de petróleo.

Em relação a reservas daquele combustível fóssil, juntas elas reúnem 719 mil milhões de barris de um total de 1,6 bilhões, ou seja quase metade do total mundial. Em comparação o G-7, expressão econômica do imperialismo (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) controla apenas 3,9% das reservas de petróleo conhecidas.

Esta expansão adiciona um peso econômico ao grupo que tem adquirido peso político nos últimos anos. Um estímulo advindo da guerra na Ucrânia que comprovou como vários países buscavam uma politica alternativa ao imperialismo, a partir do momento que recusaram adotar as sanções econômicas proposta contra a Rússia.

Diferente do que afirma a imprensa nacional e mesmo a imprensa da esquerda pequeno burguesa, não é somente a China que se beneficia desta expansão e sim todos os Estados envolvidos.

Muitos outros países querem fazer parte do BRICS. Durante a conferência, o diplomata sul-africano Anil Sooklal, embaixador geral para os Brics e a Asia, afirmou que 22 estados tinham feito um pedido formal com um número equivalente de países realizando sondagens informais para sua adesão nos próximos anos.

Pois fazer parte do BRICS, significa ter relações econômicas privilegiadas com os seus integrantes é bastante positivo. Não corre o risco de ter as tropas da China ocupando o seu país para explorar o seu petróleo como ocorre na Síria e no Iraque. O objetivo chinês é ter a possibilidade de realizar investimentos em outros países sem se importar com a estrutura politica do país onde realizar seus negócios com uma boa taxa de lucro. Tal política de investimento tem sofrido uma resistência imperialista considerável que pode ser superada com a inclusão de mais estados no BRICS

O desejo de estabelecer uma politica internacional em oposição ao imperialismo é revelado na adesão de estados que eram adversários históricos como o Irã e a Arábia Saudita assim com o Egito e Irã por causa dos acordos de Camp David. Mesmo os EAU ficou sem embaixador em Teerã entre 2016 e 2022.

A entrada destes três estados exportadores de petróleo comprova que diferente da Ministra Marina Silva a exploração destes combustível fóssil está aumentando de importância no mundo e não reduzindo. Além disso o BRICS estabelece uma forte presença no Oriente Médio, principalmente no Golfo Pérsico.

A participação do BRICS no mercado de combustíveis fósseis deve aumentar ainda mais com a entrada de estados como o Cazaquistão, a Venezuela e a Argélia, a Bolívia, e mesmo a Indonésia Sendo que outros estados também mostraram interesses em fazer parte do grupo mas suas ligações com o imperialismo estão criando resistência para admissão como a Turquia ou a Nigéria.

É importante citar que a entrada dos outros três países mostra que outros aspectos políticos estão sendo considerados na atual expansão; ser relevante na produção mundial de alimentos e fortalecer sua posição na América do Sul já que se soma a Argentina ao Brasil, ou seja, a inclusão de um importante produtor sul-americano de alimentos, cereais e carne, e a segunda maior economia da região, estabelecer uma posição relevante do BRICS na Africa Oriental com a entrada do Egito, um país mediterrâneo, árabe e africano que controla um dos principais canais de comunicação do comércio mundial, Suez, e da Etiópia, um país africano subsaariano do chamado Chifre da Africa, é um importante produtor agrícola, em especial sorgo e batata doce, e de ouro e que necessita de recursos financeiros para superar a pobreza atual.

Logo a expansão do BRICS é um dos fatos mais importantes da politica internacional dos últimos vinte anos e vem na esteira do conflito na Ucrânia que colocou em xeque o imperialismo.

Sem dúvida o Brasil se beneficia desta expansão pois aumenta a possibilidade de estabelecer relações comerciais privilegiadas com os integrantes do Bloco que provavelmente serão independente do dólar, forma que os Estados Unidos emprega para exportar a sua inflação.

Um outro ponto importante para o Brasil foi a resolução no documento final que os outros quatro integrantes que o país sul-americano deve possuir um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Contudo duas ultimas observações: a primeira, o Imperialismo não vai assistir este movimento sem reação. A adesão efetiva da Argentina não esta garantida visto que dois dos principais candidatos a presidente já afirmaram que são contra a entrada do país no bloco. Por fim a mais importante: não será um mundo multipolar que trará a emancipação da humanidade da opressão que está submetida, somente a revolução mundial conduzida pela classe operária pode garantir este objetivo. 

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