Após a realização da 15ª Cúpula dos BRICS, que acabou sendo um marco na organização dos países oprimidos contra a ditadura dos países imperialistas, um economista austríaco desconhecido, Gunther Fehlinger, foi às redes sociais propor a divisão do Brasil. Disse ele: “convoco o povo brasileiro a se libertar desmantelando o BRICS socialista e genocida aliado da Rússia e enganado por Lula em cinco melhores países livres que poderiam se unir à OTAN”. Junto à mensagem, o economista ainda publicou uma imagem de como seria essa divisão.
Gunther Fehlinger não é um representante oficial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). No entanto, é antigo conselheiro do Partido Popular Europeu e presidente do Comitê Austríaco para a OTAN. Trata-se, portanto, de alguém com trânsito nas organizações imperialistas. O mais correto, portanto, seria falar que trata-se de um “lobista” que faz muita propaganda da organização armada imperialista.
Independentemente de Gunther Fehlinger ser um representante oficial da OTAN ou não, é bastante plausível crer que ele não é o único que pensa dessa maneira. Isto é, que o austríaco expressa um setor da organização. Considerando que a OTAN reúne exércitos de dezenas de países, é treinado diretamente pelos sistemas de inteligência norte-americanos e é especialista em golpes de Estado, a publicação do desconhecido Fehlinger não deixa de ser uma ameaça.
Em reação a isso, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, defende que o governo brasileiro exija uma explicação da OTAN. “O governo brasileiro já deveria ter enviado uma nota de protesto”, afirmou ele. Para Pimenta, por mais que uma nota não vá frear as conspirações da OTAN, ao menos serviria para criar uma crise. Outra medida importante defendida por Rui Pimenta e pelo Comandante Robinson Farinazzo, analista militar do canal Arte da Guerra, é a de que o Brasil abra mão dos equipamentos produzidos pelos países que integram a OTAN.
Durante o programa Análise Internacional, exibido ontem (28) pelo Diário Causa Operária e pelo Arte da Guerra, ambos citaram casos em que o controle sobre a venda de equipamentos militares foi decisivo. Robinson lembrou o caso da Guerra das Malvinas, em que o melhor dos equipamentos argentinos foram neutralizados pela França, que vendeu os mísseis para os sul-americanos. Já Pimenta relembrou o caso do bombardeio da Iugoslávia, quando o sistema de radares foi propositalmente desativado porque a empresa que havia vendido para o país do leste europeu era norte-americana. A mesma empresa, inclusive, forneceu os radares utilizados hoje pelo Brasil.