Nesta quinta-feira (24), teve fim a 15ª Cúpula dos BRICS, em Joanesburgo, África do Sul. No encerramento, o bloco, além de anunciar a entrada de seis novos membros, emitiu uma declaração final sobre sua visão do mundo e os objetivos do grupo, incluindo uma posição acerca da guerra na Ucrânia.
“Relembramos nossas posições nacionais em relação ao conflito na Ucrânia e em torno deste país, conforme expressas nos fóruns apropriados. […] Observamos com apreço as propostas relevantes de mediação e bons ofícios que visam a resolução pacífica do conflito por meio do diálogo e da diplomacia, incluindo a Missão de Paz dos Líderes Africanos e o caminho proposto para a paz”, diz a declaração.
Além disso, os países dos BRICS declararam apoio total à presidência da Rússia no grupo em 2024 e a realização da próxima cúpula em Cazã, capital da República do Tartaristão, no território russo. O documento também reafirma o apoio dos países do bloco com a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo a reforma do Conselho de Segurança da ONU para tornar a organização mais democrática e eficiente.
Em relação à entrada de novos países ao bloco, além dos seis já anunciados, a resolução aprecia o interesse demonstrado pelos países oprimidos na adesão ao grupo e orienta os ministros das Relações Exteriores dos membros a preparar uma lista de potenciais países parceiros até a próxima cúpula.
Sobre o comércio internacional, os BRICS, no texto final, voltam a defender o uso de moedas nacionais, bem como liquidações financeiras dentro da associação. A questão de uma moeda comum foi um dos destaques do encontro, algo defendido por todos os líderes da organização.
Foi anunciado que os bancos centrais e ministérios da Fazenda e Economia de cada país ficarão responsáveis por realizar estudos em busca da adoção de uma moeda de referência do BRICS para o comércio internacional. “Essa medida poderá aumentar nossas opções de pagamento e reduzir nossas vulnerabilidades”, afirmou o presidente Lula
Por fim, cabe ressaltar que a declaração afirma que os países dos BRICS expressam a sua preocupação com a situação atual no Níger e no Sudão, apelando, no caso deste último, à cessação imediata das hostilidades no país africano. No geral, a posição que a organização declara é “Soluções africanas para problemas africanos”, reiterando a importância da defesa da soberania dos países do continente.
Em suma, uma declaração cujo conteúdo vai de encontro aos interesses do imperialismo, chamando especial atenção o fato de que a Rússia será o país a sediar a próxima cúpula e que assumirá a presidência do bloco econômico, o que é uma declaração de que os países membros reconhecem que o real culpado pela guerra na Ucrânia são os países imperialistas e a OTAN.
Confira, abaixo, a declaração final da Cúpula em inglês: