Nesta terça-feira (22), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um discurso na 15ª Cúpula dos BRICS, que ocorre em Joanesburgo, na África do Sul. O mandatário russo, todavia, teve de participar de maneira virtual por conta da perseguição que sofre do imperialismo por meio do Tribunal Penal Internacional (TPI).
No início de seu discurso, Putin reforçou que o desenvolvimento dos países dos BRICS precisa ser feito em meio a uma crise generalizada do imperialismo:
“Todas estas tarefas difíceis e complexas têm de ser resolvidas em um contexto de volatilidade cada vez maior nos mercados de ações, de capitais, energéticos e alimentares, sob uma pressão inflacionária significativa, causada, entre outras coisas, por ações irresponsáveis de uma série de países que levaram a cabo emissões [de moeda] em larga escala para suavizar os custos da pandemia, que resulta na acumulação de dívida privada e pública”, ponderou Putin.
Ele também relembrou que, com o avanço das provocações do imperialismo no caso da guerra na Ucrânia, o fornecimento de grãos para o mercado internacional foi severamente afetado. Nesse sentido, Putin destacou que, apesar da Rússia ter sido obrigada a se retirar da Iniciativa de Grãos do Mar Negro porque a Ucrânia não cumpriu suas promessas, a Rússia desejava garantir o fornecimento de grãos para os países africanos gratuitamente. Ademais, ele denunciou que os grãos ucranianos não estavam abastecendo os países mais vulneráveis, mas sim, a União Europeia (UE).
“Tenho dito repetidamente que o nosso país é capaz de substituir os cereais ucranianos, tanto em uma base comercial como sob a forma de assistência gratuita aos países necessitados, especialmente porque esperamos novamente uma excelente colheita este ano. Como primeiro passo, decidimos enviar gratuitamente entre 25.000 e 50.000 toneladas de cereais para seis países africanos, incluindo a entrega gratuita destes produtos. As negociações com os parceiros estão chegando ao fim”, garantiu.