Nesta terça-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Banco dos BRICS pode ser “muito maior do que o FMI [Fundo Monetário Internacional]” ao emprestar dinheiro para os países “sem que o pagamento atrofie as finanças” do devedor. A declaração foi dada em seu programa semanal “Conversa com o Presidente”, excepcionalmente gravado em Joanesburgo, na África do Sul, por conta da participação do presidente na Cúpula dos BRICS, que começa hoje.
“A gente quer criar um banco muito forte, que seja muito maior do que o FMI. Mas que tenha outro critério para emprestar dinheiro para os países. Não de sufocar. Mas de emprestar na perspectiva de que o país vai criar condições de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar, sem que o pagamento atrofie as finanças do país”, disse.
Lula também defendeu a criação de “uma moeda de comércio exterior” própria dos integrantes do bloco, que deve ser expandido durante a Cúpula. “Sem desvalorizar a moeda da gente, elas continuam existindo, mas a gente cria uma moeda de comércio exterior”. Nesse sentido, ele voltou a atacar a ditadura do dólar, que torna os países reféns dos Estados Unidos:
“A gente não pode depender de um único país que tem o dólar, que bota a maquininha para rodar o dólar, e nós somos obrigados a ficar vivendo da flutuação dessa moeda. Não é correto […] Antigamente era o ouro. Ninguém discutiu que o ouro ia deixar de ser moeda referência. Simplesmente, tiraram.”