Começa hoje (22), em Joanesburgo, na África do Sul, a 15ª Cúpula dos BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Embora os BRICS, até o momento, contem com apenas cinco países-membro, há grande expectativa de que mais de duas dezenas de outras nações passem a integrar o bloco. Independentemente disso, o papel que a Rússia e a China vêm desempenhando no enfrentamento à ordem mundial, acompanhadas, ainda com dificuldades por causa da política interna, pelo Brasil do governo Lula, faz com que o evento seja de interesse global. São esperados representantes de cerca de 80 países no evento.
Neste momento, os BRICS são uma associação econômica. Tanto que uma das principais discussões no interior do bloco vem sendo a atuação do Banco dos BRICS, hoje chefiado pela ex-presidenta Dilma Rousseff. Ou sinal claro disso é que os BRICS, anteriormente BRIC, foram batizados a partir de um estudo de um analista burguês da Goldman-Sachs que apontava as economias com maiores potenciais de desenvolvimento nos anos futuros.
Apesar desse caráter econômico, no momento atual, onde há uma grande rebelião dos países oprimidos contra o imperialismo, é inevitável que o bloco favoreça a uma associação política em torno da China e da Rússia. Os BRICS, pelo que está colocado, não irão se tornar um bloco abertamente político, pois a maioria dos países que querem ingressar na organização não têm interesse em um confronto aberto com o imperialismo. No entanto, inevitavelmente, esse confronto irá se desenvolver.
A cúpula será, sem dúvidas, um dos eventos mais importantes do mundo neste ano. É a primeira cúpula desde a série de acontecimentos internacionais recentes, incluindo o golpe no Níger e a ameaça de invasão do país. É a primeira cúpula presencial, também, desde a pandemia, período em que o Talibã derrotou o exército norte-americano e que foi deflagrada a operação militar especial na Ucrânia.
A cúpula também será a primeira desde que foram feitos diversos pedidos para o ingresso nos BRICS. Entre os países que querem se associar a Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul, estão países muito importantes para uma rebelião contra a dominação imperialista, como a Arábia Saudita e o Irã.