O dia 26 de julho, quando a guarda presidencial do Níger destituiu o presidente Mohamed Bazoum, marca mais uma derrota do imperialismo nessa sua fase de crise. Muitos cunharam a ação como um golpe reacionário, mas o que está por trás dessa crise é a manutenção ou não de governos pró-imperialistas que impedem a consolidação da soberania e manutenção das riquezas nacionais.
Comandado pelo comandante Abdourahamane “Omar” Tchiani, Níger é quarto país na região do Sahel a sofrer essas destituições de presidentes, ao lado de Burquina Fasso, Mali e Guiné.
O novo governo já anunciou que a França não mais se apropriaria do Urânio do país, cujo campo de Arlit, no norte do Níger, fornece mais de 30% de Urânio para a produção de lâmpadas na França. Além disso, houve também uma revogação de cooperação militar com os franceses. Essa ação expulsará mais de 1.500 soldados de volta para a França.
O Imperialismo, contudo, ainda continua no país, pois existe uma base aérea americana de drones em Agadèz, que fica cerca de mil quilômetros de Niamei, a capital. Essa grande base, a maior do mundo em drones, é fundamental para os americanos em suas operações militares no Sahel.
As ameaças ao Níger
Assim que destituíram Bazoum, França e Estados Unidos condenaram o “golpe”, pois não fora realizado por eles, os imperialistas. Pediram a restituição de Bazoum e estão pressionando a chamaa Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que condenou o “golpe”, para que envie suas forças militares para o país. A CEDEAO engloba 15 países da África e está impondo um embargo ao Níger, suspendendo transações comerciais, congelando ativos do Banco Central e interrompendo assistência externa.
Nenhuma dessas ações contra o Níger está amedrontando a resistência e empenho do país em manter sua política anti-imperialista. Nessa semana, o governo militar chamou de volta o embaixador do país na Costa do Marfim para protegê-lo de traições. Em comunicado, os líderes do novo governo afirmaram que o presidente marfinense, Alassane Ouattara (que chamou a ação militar de terrorista), deseja destruir o país e seu povo.
O novo governo do Níger mostra que não se amedronta com a reação pró-imperialista e antinacional dos aliados de Bouzum e expõe mais uma vez uma derrota ao imperialismo no continente africano, que precisa continuar lutando contra a exploração das potências europeias e americana em prol de sua verdadeira independência.