Nos dias 10, 11 e 12 de agosto foi realizado, sob organização do PT e da CUT, o 17° Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CECUT-RJ). A atividade de grande e urgente importância no Rio de Janeiro, que é a segunda cidade mais populosa do Brasil, se faz diante de índices alarmantes de contradições perante os operários, os quais constantemente vê os seus direitos sendo pisoteados pelo atual governo estadual bolsonarista, e, assim dessa forma, a mobilização são muito mais que necessárias para luta contra todos os ataques da burguesia aos trabalhadores.
O evento gerou grandes debates em torno de temas de muita relevância, tais como salário, direitos, etc. Sob tema “Trabalho, Renda e Respeito”, o encontro reuniu representantes sindicais, acadêmicos e ativistas para discutir os desafios da classe trabalhadora. A abertura do congresso foi marcada por debates “acalorados” e análises profundas sobre a conjuntura nacional e internacional. E, por mais que algumas pautas como “desigualdades” em abstrato e meio ambiente (poluição) não contribuem diretamente para analises mais sensatas e combativas dos proletários, a discussão politica em si e também a presença dos militantes do PCO foram de grande importância. Tiveram como sempre, intervenções identitárias que tem tomado conta da esquerda principalmente através de meios “academicistas”, cujos representantes estavam presentes como a professora Wânia Sant’Anna que abordou temas relacionados a raça e sexo.
No segundo dia, o Congresso contou com a leitura do Regimento Interno, seguida por debates sobre fortalecimento sindical e negociações coletivas. Os participantes se dividiram em grupos para analisar o texto base e apresentar propostas. Dentre os militantes do PCO, esteve presente o companheiro Luiz Eugênio da cidade de Volta Redonda (interior do Rio), o qual é ex-metalúrgico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e um dos delegados do partido.
Durante o terceiro dia, discutiram-se o desenvolvimento econômico sustentável e combate à desigualdade social. O economista Fernando Benfica, ao citar dados do DIEESE, apontou preocupações com a perda de indústrias no Brasil, como o caso da Ford, que retirou sua planta industrial do país em 2021, encerrando a produção de veículos em território nacional após 100 anos. Vale destacar que a montadora mantinha fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), para carros da Ford, e em Horizonte (CE), para jipes da marca Troller. Além disso, a lei de igualdade salarial entre gêneros, aprovada pelo presidente Lula, foi elogiada como um passo contra a opressão das mulheres. Os impactos da privatização da CSN também foram debatidos.
O congresso se encerrou com a eleição da chapa que liderará a CUT-RJ nos próximos 4 anos. Os diretores do Sindipetro-NF, Alessandro Trindade e Jancileide Morgado, fazem parte da nova direção. Já Tadeu Porto foi indicado para compor a nova direção da CUT Nacional. Durante o ato, ex-presidentes da CUT-Rio foram homenageados, celebrando também os 40 anos da CUT. A pauta de prioridades dos trabalhadores do RJ, ajustada e aprovada, será apresentada no CONCUT, em outubro, reforçando a unidade e luta da classe trabalhadora por seus direitos.
Tirando a maquiagem e agenda identitária, que até certo ponto, ainda é imposta para os setores combativos da esquerda, que aturam durante um importante evento como o CECUT-RJ, temos que ressaltar que foi sim um sucesso e aponta para a mobilização operária de conjunto no próximo período. O fato da CUT brasileira estar celebrando 40 anos de existência já ressalta a importância histórica dessa gigante organização dos trabalhadores, a qual deve se tornar uma ferramenta de fato para tomada geral da consciência operária, um dos componentes fundamentais da causa revolucionárias na busca do desenvolvimento dos setores de vanguarda.
O PCO sempre esteve, está e estará envolvido em atividades de e para a mobilização popular e operária. Presente em quase todos os estados brasileiros e em diversos países do mundo, busca movimentar pela base os trabalhadores e setores oprimidos pelo capitalismo. Atividades políticas, sindicais e iniciativas orientadas à organização dos trabalhadores são de extrema importância. Sendo assim, não abandonará jamais as ruas e tampouco os sindicatos. A atividade sindical serve para um partido marxista agregar mais operários às lutas dos oprimidos de conjunto, apesar de serem discutidas e analisadas propostas para a melhoria de um setor em particular, muitas vezes tratam pautas que interessam a todos sindicatos e setores da população.