Na última sexta-feira (11), a Federação Russa enviou aos céus o foguete espacial Souyz-2.1b, carregando dentro de si a estação automática Luna-25 e possui como alvo o único satélite natural da Terra: a Lua.
A área de pouso escolhida foi o polo sul da lunar, onde há indícios da existência de gelo de água. Ninguém conseguiu pousar com sucesso neste local até o momento e a estação automática lunar russa, se tudo correr como o previsto, fará isso pela primeira vez na história. O foguete de lançamento representa a nova geração de foguetes russa, o Soyuz-2, que já protagonizou 36 lançamentos e acumulou 33 sucessos, possuindo duas falhas parciais e apenas uma falha em lançamento – taxas de sucesso consideravelmente superiores às da SpaceX, NASA e demais agências espaciais.
Além da Luna-25, que está a caminho, a Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA, já está em operação por lá, possuindo um avanço tecnológico que é o detector de nêutrons LEND, criado no Instituto de Pesquisa Espacial da Academia das Ciências da Rússia. Foi este instrumento que detectou uma concentração anormal de moléculas de hidrogênio no polo sul, indicando indiretamente a presença de gelo de água.
Quem também possui um programa lunar são os indianos com a estação Chandrayaan-2, lançada em 2019, que orbita o satélite natural da Terra. A Chandrayaan-3, com um módulo de pouso a bordo, está agora a caminho da Lua. O módulo também deve pousar perto do polo sul da Lua alguns dias depois da sonda russa.
Mas, afinal, o que a Luna-25 pode fazer pela Lua? Com o seu pesado equipamento científico e pesando mais de uma tonelada e setecentos quilos, suas câmeras de visualização vão registrar o pouso. Um dos principais orgulhos dos desenvolvedores é o sistema manipulador da sonda, que são braços robóticos com um balde e um dispositivo para extrair pedras e afins do solo. Sua função é pegar amostras de gelo de água e o que mais for interessante para trazer à Terra para ser analisada. O dispositivo, no entanto, pode tanto extrair o que estiver na superfície, bem como escavar uma pequena trincheira de quase um metro, podendo alcançar mais partículas de gelo.