Neste domingo, 13, ocorreram, na Argentina, as primárias para a presidência da República. E nessa primeira fase a extrema-direita saiu vitoriosa, o que é um alerta para toda a esquerda do continente.
Com 30% dos votos, quem liderou as primárias foi Javier Milei, economista, 52 anos, defensor da dolarização da economia, fechamento do Banco Central e compromisso com as políticas neoliberais dos imperialistas.
A chapa governista no país ficou em terceiro lugar. A votação final será em 22 de outubro. Essas primárias na Argentina são obrigatórias, todos os partidos devem fazê-la. Além de definir os candidatos a presidente, as 130 cadeiras da Câmara dos Deputados e as 24 no Senado também são definidas.
A outra chapa de oposição, “Juntos pela Mudança”, teve 28,7% dos votos e em outubro reforçará a chapa Patrícia Bullrich, que alcançou 16,98% dos votos totais. A chapa governista, o peronista União Pela Pátria, mostrou que não está nada popular e ficou com 27,27% dos votos, um desempenho muito ruim, a pior da história das prévias para o peronismo. Quem mais obteve voto no peronismo foi o ministro Sergio Massa, economista, com 21,41% dos votos.
Sobre o vencedor das primárias, Milei se declara “anarcocapitalista”, admirador de Donald Trump e Jair Bolsonaro, declaradamente contra o aborto, a favor do fechamento do Banco Central e pela dolarização da economia, o que seria uma tragédia para o país.
As eleições primárias na Argentina mostram uma tendência da extrema-direita no continente: crescimento eleitoral, mesmo que sofram alguma perseguição judicial como fora feita com a esquerda. A burguesia quer resgatar a viabilidade eleitoral da direita “civilizada”, esta mesma que promove a extrema-direita para derrotar a esquerda e impedir o avanço político da classe operária. As primárias argentinas são um sinal de alerta para os brasileiros, que ainda lutam contra o bolsonarismo, mas as táticas políticas da esquerda e dos sindicatos estão confusas.
Diante da crescente polarização política, mesmo com algumas vitórias da esquerda nas urnas, como a que ocorrera no Brasil em prol de Lula (uma vitória popular), é preciso continuar derrotando a direita e extrema-direita nas ruas, na política.