Por diversas regiões do País, começa a se desenvolver – ainda que de forma incipiente – uma tendência geral de luta entre os trabalhadores.
É o caso dos trabalhadores metroviários e ferroviários, que tem greves em curso, assembleias e iniciativas de mobilização contra a privatização e de campanha salarial em diversos estados.
Em Recife os metroviários estão em greve desde o último dia 8, e a campanha salarial unificada envolve sete sindicatos de sete estados do Nordeste.
Dentre as principais reivindicações da categoria estão:
- piso e reajuste salarial linear de 3,45% e manutenção da data-base em primeiro de Maio;
- criação da comissão paritária para revisão do PCCS (Plano d3 Cargos Carreiras e Salários);
- previsão de acordo ordinário de garantia da comissão paritária de acordo especial. (Relativo à outros órgãos caso ocorra a privatização do setor metroferroviário;
- retirada imediata da CBTU do PND (Plano Nacional de Desestatização).
Na capital pernambucana, foram realizadas quatro rodadas de negociação e os sindicatos que representam os trabalhadores enfrentam a intransigência patronal e muito malabarismo da direção da CBTU.
O presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Luiz Soares, informou no último domingo que “não tem ninguém trabalhando, está tudo parado. Até porque a categoria está sentindo que não está sendo atendida nem no acordo coletivo, nem na questão sobre a retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND). A paralisação total continua, já que até agora a empresa e os órgãos do governo não se manifestaram favoráveis a uma nova negociação”,
A força desta campanha salarial se deve a unidade das categorias e dos sindicatos em torno de uma plataforma comum de luta.
Os trabalhadores do setor realizaram inúmeras assembleias por sindicato, depois da reunião da coordenação unificada da campanha salarial no dia 26 por unanimidade decretaram greve geral de advertência, o mesmo ocorreu no dia 27, em razão da inflexibilidade da CBTU em não cumprir o acordo e ou reiniciar as negociações.
As categorias, através de seus sindicatos em estado de mobilização, exerceram pressão no sentido de não mais exigir cumprimento do acordo parcial estabelecido em 19 de junho – que foi abandonado pelos patrões; ao mesmo tempo incorporaram outros eixos de reivindicação à plataforma de luta.
Diante da falta de negociação, a categoria realizou em Recife uma greve de advertência no começo do mês (dias 3 e 4). Nem mesmo a posição do Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a negociação fosse reaberta levou a que a CBTU e governo apresentassem uma proposta que respondesse às reivindicações e foi decretada a greve por tempo determinado.
A unidade das categorias alinhavada por meio dos sindicatos e a radicalização das bases do setor metroferroviário é o fator mais importante nesta campanha salarial, um setor que vêm acumulando derrotas e perdas e sob a pressão de um privatização na esteira do sucateamento o tornou (intencionalmente) inoperante e a manutenção dos empregos está sob ameaça diante também da crescente terceirização.
Também em São Paulo, os metroviários fizeram assembleia na noite dessa segunda-feira (14), mas a greve acabou não sendo aprovada. A luta é contra a terceirização da Linha 15 do Monotrilho e contra a privatização de todas as linhas do Metrô e da CPTM, pretendida pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Em comunicado divulgado o Sindicato dos Metroviários de São Paulo denuncia que “a privatização das Linhas 8 e 9 já mostrou que só os empresários ganharam. Os passageiros são prejudicados constantemente, com atrasos, falhas e graves acidente(…)um serviço tão importante não pode ficar nas mãos de empresas que só visam o lucro. Se se isso se concretizar, a segurança dos passageiros e funcionários estará em risco”.
A Fenametro (Federação dos metroviários) realizará uma Plenária Nacional dos Metroferroviários no final de setembro, e busca organizar todo o setor para uma grande greve nacional em outubro, tendo como eixo a luta contra privatização.
É preciso ampliara. a mobilização .e a unificação-de toda a categoria de forma efetiva. A CUT e demais sindicatos precisam cercar as greves em curso de toda a solidariedade ativa.