Nos dias 8 e 9 de agosto ocorreu a Cúpula da Amazônia, evento que reuniu os países Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, uma organização internacional intergovernamental, constituída por oito Países-Membros da América do Sul que possuem o bioma amazônico.
A Cúpula foi realizada com a finalidade de que tais países discutisse a questão do desenvolvimento da região Amazônia, e que fosse decidido como se dará esse desenvolvimento, levando-se em consideração a existência de recursos naturais e a preservação do meio-ambiente.
As decisões que resultaram do evento, constantes da “Declaração Presidencial por ocasião da Cúpula da Amazônia”, mostraram uma união entre os países amazônicos no sentido de condicionar a preservação da floresta amazônica ao desenvolvimento da região, à melhoria da condição de vida da população. Em outras palavras, preservar o meio ambiente desde que não atrapalhe o desenvolvimento econômico, a luta contra a desigualdade e o combate à fome.
Um resultado que desagradou o imperialismo, que busca impedir esses países oprimidos (em especial o Brasil) de explorar os recursos naturais existentes na região norte do país, em especial o petróleo e os minérios. Essa política do imperialismo serve para impedir que tais países se desenvolvam, se industrializam. Paralelamente, acaba por deixar tais recursos intocados, para que os países imperialistas venham utiliza-lo quando deles necessitarem.
Enquanto que o imperialismo queria uma declaração conjunta dos países, no sentido de vetar a exploração do petróleo e acabar com o desmatamento até 2030, isto não aconteceu.
Contudo, não houve unanimidade.
Durante todo o evento, e após, o capacho do imperialismo, Gustavo Petro, presidente da Colômbia, fez questão de enfatizar que os países tinham que parar de explorar petróleo na região amazônica. Bom, para ele é fácil de falar, pois a Colômbia não tem grandes reservas naturais desse recurso energético. A maior parte do petróleo amazônico está nos outros países, em especial Brasil e Venezuela.
Confirmando mais uma vez o que era sabido desde quando Petro foi eleito presidente, ele mostrou-se um verdadeiro lacaio do imperialismo.
Uma pessoa que está a serviço das petroleiras americanas e europeias.
Felizmente não foi sua posição que sobressaiu. A posição firmada na declaração aponta no sentido de uma colisão com os interesses imperialistas. Não é uma política revolucionária, mas seguramente uma política de tipo nacionalista, embora moderada.
Como afirmou Lula durante a cúpula:
“Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e desconsidera nossos marcos normativos e políticas domésticas”.
Lula deixou clara sua posição nacionalista.
Petro deixou clara sua posição pró-imperialista.
Desde então, toda a imprensa pró-imperialista brasileira, e a imprensa dos países imperialistas vêm fazendo propaganda contra Lula e idolatrando Petro. De forma delirante, coluna do jornal o Globo disse que “Petro ofusca Lula”. Bom, só se for para aqueles que apoiam que os Estados Unidos e a União Europeia impeçam o desenvolvimento nacional e saqueiem o petróleo e os minérios brasileiros, sob o disfarce da proteção ao meio ambiente.
A propaganda imperialista a favor de Petro não se limitou, contudo, à atividade da imprensa. Atores hollywoodianos como Mark Ruffalo (o Hulk) publicou em seu twitter que estava de coração partido com Lula:
“O senhor é um dos meus heróis, Lula, mas me parte o coração ver que a Declaração de Belém da Cúpula da Amazônia não tem metas concretas para proteger a floresta. A emergência para proteger a Amazônia é uma emergência climática – e nós não temos tempo a perder”.
Disse também que Petro é o tipo de liderança que a humanidade precisa agora:
“A Colômbia, sob comando de Gustavo Petro, é a primeira nação amazônica a seguir o que a ciência recomenda – a meta de proteger 80% da floresta até 2025, e um pedido para interromper a extração de petróleo na Amazônia. Esse é exatamente o tipo de liderança que a humanidade precisa agora, Sr. Presidente”
Por fim, ainda deu um jeito de pedir que Lula seja um novo Mandela:
“Talvez você sinta que fazer comentários mais ousados seja impossível. Mas nas palavras de um de seus maiores heróis, Nelson Mandela: ‘sempre parece impossível até que seja feito’. Esse é o momento do senhor se tornar o próximo Nelson Mandela”.
Mandela, o principal responsável por conter na revolução na África do Sul, e manter os brancos do apartheid ainda no comando do país.
Em suma, a exata cartilha do imperialismo.
Conclui-se, então que, se o imperialismo mobiliza toda a imprensa que está em seu bolso, e já começa a mobilizar até mesmo atores hollywoodianos para elogiar Petro, isto demonstra que a política do presidente colombiano, no que diz respeito à Amazônia, está conforme os ditames do imperialismo e das petroleiras americanas e europeias que monopolizam o mercado mundial de petróleo.
Gustavo Petro deveria mudar seu nome para Gustavo Petroleiras.